Árbitro Fifa durante sete anos e um dos mais famosos do futebol carioca, Marcelo de Lima Henrique já foi responsável por conduzir grandes jogos Brasil afora e até mesmo no exterior. No currículo, ostenta diversos clássicos, principalmente entre os grandes do Rio de Janeiro – são diversas finais de Carioca na bagagem. Porém, nesta quarta-feira, o juiz, acostumado aos holofotes dos jogos das principais competições nacionais, voltou às origens para, como o próprio descreve, ter o privilégio de reger uma partida não tão popular nacionalmente hoje, mas que ainda continua sendo o maior clássico do interior do Rio de Janeiro e um dos mais folclóricos do país.
Ele foi o responsável por apitar o Goyta-Cano num duelo decisivo da semifinal da Taça Santos Dumont, o primeiro turno da Série B1 do Campeonato Carioca. E pode, de dentro do gramado do Aryzão, ver o Azulão da Rua do Gás vencer o Alvinegro por 2 a 1 e garantir vaga na grande decisão. Além, é claro, de observar de um ângulo diferente o encontro centenário e a festa proporcionada pelas duas torcidas.
– É um gol (apitar um jogo como o Goyta-Cano). São equipes centenárias, e é um clássico que move a cidade. Estão falando deste clássico desde que começou a Série B1. Este é o segundo Goyta-Cano que eu apito aqui e o primeiro foi muito mais pegado. Esse foi até mais técnico. Então, para gente é um gol sair em um jogo desses com as duas equipes jogando bola – disse.
Ao fim do confronto, que teve os 5.800 ingressos colocados a venda esgotados com antecipação, fez algo não muito comum para um árbitro: abriu o coração para narrar sob a ótica do apito como é vivenciar um Goyta-Cano de dentro das quatro linhas. Sem poupar palavras e com até mesmo um duelo entre Uruguai e Argentina para eliminatórias da Copa do Mundo entre os duelos marcantes da carreira, o experiente Marcelo de Lima Henrique afirmou que é mais difícil atuar no dérbi campista do que um jogo de massas entre Flamengo e Fluminense, por exemplo. E explicou o motivo.