O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil (BB) Aldemir Bendine foi preso na manhã desta quinta-feira na 42ª fase da operação Lava-Jato, em Sorocaba, no interior de São Paulo. A pedido da força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR), a Justiça expediu três mandados de prisão temporária e outros 11 de busca e apreensão. Os presos serão levados para Curitiba.
Bendine é investigado por supostamente ter recebido R$ 3 milhões em propinas pagas pela Odebrecht. Ele esteve à frente do Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, e da Petrobras entre fevereiro de 2015 e maio de 2016. O advogado do executivo, Pierpaolo Cruz Bottini, confirmou que a casa onde estava Bendine foi alvo da operação da força-tarefa, em Sorocaba.
A ação desta manhã, batizada de Cobra, faz referência ao codinome de Bendine nas planilhas de pagamentos ilegais da Odebrecht.
“Desde o início das investigações Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a regularidade de suas atividades. A cautelar é desnecessária. É arbitrário prender para depoimento alguém que manifestou sua disposição de colaborar com a justiça desde o início”, declarou Bottini em nota.
Há evidências indicando que, numa primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões foi realizado por Aldemir Bedine à época em que era presidente do Banco do Brasil, para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial. Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que celebraram acordo de colaboração premiada com o MPF, teriam negado o pedido de propina porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil.
Além disso, há provas de que na véspera de assumir a presidência da Petrobras, o que ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. Desta vez, as indicações são de que o pedido foi feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Lava-Jato.
Com informações do O Globo.