Mesmo depois do Goyta-Cano mais importante de todos os tempos, a rivalidade e a troca de ataques não parou de acontecer. Após o jogo de sábado (16), que terminou com vitória alvianil e retorno do clube da Rua do Gás à Série A do Carioca após 25 anos, o presidente do Goyta, Dartagnan Fernandes, desabafou e fez uma série de ataques à diretoria do Americano, dizendo que não permitiria mais que o Alvinegro jogasse no Aryzão e fazendo até ataques pessoais ao diretor de futebol e ex-presidente do Glorioso, Luciano Viana, e o presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Rangel.
Obviamente, as declarações repercutiram grandemente em Campos. Se a poeira da vitória em campo nem baixou direito, ela promete ficar no alto por mais alguns dias, já que o Americano respondeu às acusações e palavras duras de Dartagnan. Primeiro, através de uma nota oficial. E, na noite desta terça, Luciano Viana se pronunciou sobre os ataques recebidos. Em entrevista ao site FutRio, ele rebateu o presidente do Goyta, que o chamou de “verme” e usou expressões como “tem que morrer dentro da barriga”.
– Sou respeitado por torcedores do Americano e do Goytacaz. Inclusive recebi ligações de gente que me apoiou, dando parabéns pelo trabalho. Só espero que, quando ele (Dartagnan) encontrar pessoalmente comigo, que exerça essa vontade dele. Porque a gente mora na mesma cidade e a gente vai se encontrar. Mas uma coisa eu deixo bem clara: minha moral e meu caráter são inabaláveis. Não devo nada a ninguém, meu CPF é limpo, sou bem tratado e bem quisto em todos os lugares onde passei. Desde Belém do Pará até o Sul do Brasil, onde joguei. E todos sabe quem é o Dartagnan Fernandes, como pessoa e como empresário. Para falar de mim, ele tem que lavar a boca – disse o diretor de futebol alvinegro.
Luciano: Goyta não pagou divisão das rendas
Ainda na entrevista, Luciano Viana afirmou que o Goytacaz não cumpriu o acordo da divisão das rendas, firmado antes do início da Série B1 do Carioca. Segundo o dirigente alvinegro, Dartagnan assinou o contrato que previa essa divisão nos jogos entre o Americano e o Goyta. Luciano disse que cumpriu sua parte no jogo em que foi considerado mandante, mas não obteve a mesma resposta do mandatário alvianil.
– O Americano tem sua contabilidade à disposição de todos. E ele não faz a mesma coisa, não honra o que assina, como no caso da divisão da renda dos clássicos. Quando mandamos o jogo, dividimos a renda. Nas duas vezes em que o mando foi do Goytacaz, não foi pago. São R$ 17 mil. A vida toda, ele (Dartagnan) usou o Goytacaz em benefício próprio. Se ele me chama de verme, deve estar me comparando a ele mesmo. Só que eu sou respeitado e isso foi conquistado; ninguém me deu isso, não. Foi com muito trabalho e credibilidade. Eu não uso o nome do meu clube para pegar dinheiro com terceiros e não pagar. Inclusive, ele fez isso com amigo dele, mas é meu amigo também. E há até a dúvida se ele realmente pega esse dinheiro para usar no clube.
Sobre a polêmica mudança do mando de campo, Luciano também se pronunciou. Em princípio, o jogo seria no Aryzão, apesar do mando alvinegro. Inicialmente, o Americano preferiu jogar em outra praça, que em princípio seria Macaé, mas o jogo acabou transferido para Nova Friburgo. O diretor afirmou que o clube estava em seu direito e voltou a fazer críticas a Dartagnan, lembrando de outros compromissos não honrados e que atrapalharam o planejamento da equipe, inclusive em partidas no Aryzão.
– Se o mando de campo foi mudado, esse era um direito do Americano, não cometemos nenhum absurdo. O futebol se resolve dentro das quatro linhas. O Americano tem chegado à luta pelo acesso nos últimos três anos pelo próprio mérito do trabalho que foi feito, trazendo patrocínios, parceiros, pagando tudo em dia. O clube está muito bem organizado. Não é o caso do Dartagnan como dirigente. Ele fez um contrato de locação com o Americano e nem a luz pagava. E isso nos prejudicou porque, em princípio, nós jogaríamos à noite. E não pôde, por causa dos problemas de manutenção. Ele não tomou nenhuma providência quanto a isso, mas soube pedir que toda a parte financeira do contrato fosse adiantada. O presidente do Goytacaz devia pensar na maneira como age porque nem todo mundo age como ele – ressaltou Luciano, que ainda lembrou o trabalho feito nos três anos como presidente do Cano: