Caso Letycia: Esposa de suspeito por morte de grávida diz à polícia ‘estar arrasada como todos’

Mulher foi ouvida pela segunda vez na 134ª DP

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Em novo depoimento à Polícia Civil, nesta quinta-feira, a esposa do professor Diogo Viola de Nadai, apontado como mandante do assassinato da engenheira Letycia Peixoto, grávida de oito meses, relatou estar “arrasada como todos” e “totalmente abalada emocionalmente” com o caso, e manifestou o desejo de se separar do marido. No primeiro depoimento na 134ª DP (Campos), ela afirmou que apesar de ser casada no papel com o professor, eles estão separados desde 2019.

A esposa de Diogo reafirmou, neste segundo depoimento, que nunca soube da existência de Letycia e que um dia depois do crime o suspeito a contou que a havia traído há oito meses, quando começou a encontrar Letycia, que engravidou no início da relação. Na ocasião ele assumiu a paternidade do bebê. Depois desse dia, a mulher informou à polícia que não teve mais contato com o suspeito e “nem quer ter”. Ela disse ainda que todas as vezes que o marido dormia fora de casa, ele lhe dizia que estava dormindo na clínica de tratamento psiquiátrico.

Um amigo pessoal de Daniel há cerca de dez anos também foi ouvido pela polícia. Em depoimento, ele relatou que o conhecia como “um homem casado”, que o casamento “se apresentava de forma típica”, havendo “relacionamento normal de casal”. Ele informou aos policiais que sabia muito pouco da existência de Letycia, mas pensava que era uma “ficante”, com encontros “fugazes” e “passageiros”. O amigo afirmou que o suspeito nunca conversou com ele sobre Letycia, que não sabia da gravidez e que acredita que nenhum outro amigo soubesse. Segundo ele, no dia do crime, no entanto, Daniel lhe confessou que o filho era dele.

Segundo a família da vítima, Diogo dizia estar em processo de divórcio e que o casal vivia uma relação de idas e vindas pelo fato do professor se esquivar de apresentar sua família a Letycia.

Assim como Diogo, sua esposa é professora de Química do Instituto Federal Fluminense (IFF). Em seu primeiro depoimento, a cônjuge disse que os dois mantém um relacionamento “apenas de amizade” após a separação e que nunca soube de traições de Diogo. O ex-companheiro, por sua vez, afirmou à Polícia Civil que a esposa desconfiara que estaria sendo traída à época do relacionamento dos dois. A professora disse não conhecer Letycia, mas sabia que Diogo estava em outro relacionamento.

Foto: Divulgação

Após o crime, foi informada pelo ex-companheiro que ele iria “socorrer uma pessoa que tomou um tiro”, mas só foi informada que a baleada era Letycia no dia seguinte: ao chegar da rua, Diogo disse à esposa que a pessoa com quem se relacionava havia sido baleada.

Por ter acompanhado o noticiário das páginas locais do Instagram, a esposa disse à Polícia Civil ter ligado os fatos e questionado Diogo se referia à grávida baleada, além de perguntar se era o pai do filho esperado por ela, fato que teria sido confirmado por ele.

A esposa informou também ser sócia de Diogo em uma loja de calçados de um shopping de Campos, apesar de seu nome não constar na sociedade. Foi a essa empresa que ela se referiu ao dizer à polícia que teme que algo lhe aconteça caso contrarie interesses de Diogo.

A esposa, mesmo após a separação, chama Diogo de “meu amor” e informou que isso é “apenas uma relação de amizade, pois tem carinho um pelo outro”. Na 134ª DP, a declarante usava aliança, porém disse ainda fazer o uso porque “não quer se relacionar com ninguém”, além de afirmar que há cinco anos não transa com Diogo.

Diogo e a cônjuge se conheceram na faculdade de Química, no Espírito Santo, em 2002 e começaram a se relacionar três anos depois. Em 2010, casaram-se, mas, segundo a esposa, o casamento — “que não era de atrito” — desgastou-se com o tempo.

A esposa, que hospedava os pais de Diogo em sua casa, em Campos, contou também à 134ª DP que viajou com a família do professor para Nova York no natal de 2021, cidade na qual uma irmã de Diogo residiria.

Letycia Peixoto Fonseca foi morta a tiros enquanto deixava uma tia em casa, na rua Simeão Scheremeth no último dia 2. Grávida de oito meses, ela chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. Seu filho, Hugo, nasceu com vida, mas morreu na manhã seguinte.

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