O secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, afirma que a situação de “catástrofe” dificulta a identificação de um número exato de saques e roubos ocorridos em meio às enchentes que devastaram cidades e levaram a pelo menos 100 mortes.
Segundo ele, 30 pessoas já foram presas por terem aproveitado a situação de calamidade para entrar em residências e comércios para saquear bens. O secretário acredita que o momento de maior insegurança já passou.
Ele afirma que as forças policiais foram deslocadas para ajudar nos resgates nos três primeiros dias e que, agora, retomaram o trabalho de policiamento ostensivo, o que deve coibir casos de violência.
“Momento de catástrofe, obviamente ninguém fez registro policial, mas acompanhamos as notícias chegando, os relatos. Em situação normal, o cidadão faz registro e tem conhecimento, ali era catástrofe. A gente acompanhou, fatos aconteceram sim, mas como não houve registro formal, não consigo dizer o número de fatos”, afirma.
Ele diz que as enchentes dificultaram a ida a delegacias e que muitas pessoas ficaram sem internet para fazer um boletim de ocorrência online.
Ele relata que diversos municípios têm sofrido com os crimes. “No primeiro dia da crise teve saque em Arroio do Meio. O município tinha ficado ilhado. Naquela noite colocamos reforço do choque da Brigada Militar, eles tiveram que ir de helicóptero”, diz.
Caron espera que a insegurança melhore. Ele diz que a Força Nacional enviou 400 homens para o Rio Grande do Sul, que a Polícia Federal aumentou o efetivo na região e que os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais mandaram 130 profissionais.
“Não podemos apresentar detalhes das apurações, mas sabemos que é um momento em que os cidadãos estão querendo buscar doações, mandar recurso. Identificamos um pequeno número que estaria buscando donativo via internet, mas não para mandar para vítimas, mas sim para obter um ganho ilícito financeiro, estelionato”, afirma.
Na quinta-feira (2), um homem morreu após ser atingido por um espeto usado em churrasqueiras, em Arroio do Meio. Na sexta (3), uma pessoa foi baleada e encaminhada ao hospital em Lajeado. Ainda não há mais informações sobre as causas dos crimes, em apuração pela Polícia Civil.