Abel vê Paulista mais importante para rivais, mas descarta falta de ambição

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Abel Ferreira comentou o “drama” que o Palmeiras vive para avançar no Campeonato Paulista e avaliou que a competição possa ter peso maior para rivais como Corinthians e Santos. Ele, no entanto, descartou que o Verdão esteja jogando a toalha.

 

“Não enganei ninguém e fui claro no que disse sobre o Paulistão. Temos a ambição de ganhar o quarto título seguido. Em função do regulamento e do desempenho dos rivais do grupo, estamos dependentes de resultados dos outros. Ganhamos esta competição ano passado e esquecem disso. Não sou eu que descredibilizo a competição”, disse.

“Em função do que é a longevidade do ano, do que temos… Se duvidar, esse título é mais importante para Corinthians e Santos, que não têm ganhado, do que para o Palmeiras. Isso não significa que a nossa ambição não seja ganhar todos os jogos. Será que se deve mudar o regulamento? Podemos ficar fora ou passar. Vamos trabalhar em cima daquilo que devemos: ganhar”, disse Abel Ferreira após Palmeiras 0 x 0 São Paulo.

O QUE MAIS ELE DISSE?

E se for eliminado: “Não sei. Nunca ficamos de fora. Ganhamos três seguidos. Não sei o que vai acontecer. Querem falar mal do Palmeiras? Podem falar. Já estamos habituados a lutar contra tudo e contra todos. Ninguém nos dá nada de graça. É preciso da determinação e nossa resiliência. Estamos na luta, no grupo que mais pontos tem. No grupo do São Paulo, seríamos os primeiros. Temos de fazer o nosso e dependemos dos outros. Vamos ter tempo para treinar mais se sairmos, mas não sei o impacto que teria.”

Lesão de Maurício: “Não tenho planos para o imprevisto. A gente não controla o tempo e o imprevisto. Minha linguagem corporal diz um pouco de todo. Temos Paulinho e Felipe lesionados, o Rony saiu. Só temos o López e os moleques. O Estêvão teve problema de saúde e não estava 100%. Tive de improvisar, mais do que tudo ficamos sem o nosso abre-latas, o mais criativo. É por isso que temos de ter um elenco maior. Não fazemos só 30 jogos por ano. Estamos trabalhando nisso, faltam peças no quebra-cabeças e vamos trabalhar em cima disso, assim espero.”

O jogo: “Foi um jogo truncado, um time que se fechou bem. Sabíamos que iam jogar assim, fechados e apostando no contra-ataque. Não conseguimos bloquear a dinâmica dos meias deles, as nossas marcações não funcionaram. Não tivemos criatividade para passar o muro deles, mesmo assim tivemos algumas oportunidades dentro da área, mas ficamos só com um ponto. Foi duro ficar sem o melhor marcador.”

Elenco curto: “Temos um elenco curto. Temos três jogadores lesionados que vão nos ajudar. Sei que a direção está trabalhando para fazer as reposições. Temos de trabalhar que no ano podem ter três ou quatro lesões. Desde que cheguei, o nosso elenco sempre foi muito curto, mas não pode ser tão curto quanto está agora.”

Calma com a base: “Vou repetir: saíram Rony, Gabriel Menino e Vitor Reis. Precisamos de jogadores para as posições dele. O Caio pelo Fuchs foi uma troca, uma oportunidade de mercado, estávamos com seis laterais. Entendemos que, apesar do Benedetti estar bem e fazer parte do plantel, ainda tem idade para o sub-20. Todos os jogadores que estão conosco, exceto o Allan, têm idade para o time sub-20. Não posso pegar a camisa nova e colocar o peso nas costas dele. Se há treinador que sabe o que é formação, apostar neles, sou eu. Eu sei muito bem o que precisamos e a diretoria também. Em relação às dificuldades em contratar, não sou eu que posso dar a resposta. Sei que o clube está se esforçando. Não vou me alongar quanto a isso.”

Rendimento ruim em casa: “Se fosse contar os pontos, passaríamos em todos os grupos, menos o do Corinthians e o nosso. Se olharmos pelo o que deve ser o futuro, é dar mérito. Somos o quarto colocado no geral e estamos fora. Falta-nos mais criatividade no terço final. Quando chegamos, o Palmeiras procurava se encontrar. Quando jogamos agora, os adversários se fecham. Dificulta muito os espaços que temos de criar, precisamos dos nossos jogadores, mesmo assim fomos capazes de criar duas chances claras, muitos chutes bateram na muralha. Não tem a ver com o gramado, tem mais a ver com a capacidade do treinador ajudar os jogadores e, depois, termos presença na área com centroavantes que nos ajudem a vencer equipes que se fecham muito. Os 17 pontos não servem para passar.”

Pontuação esperada: “Custa-me dar respostas porque podem deturpar o que posso dizer. A forma como os adversários respeitam cada vez mais o Palmeiras no jogo é notório. O Corinthians jogou com cinco, o São Paulo também na defesa. Temos de ter a capacidade de ter soluções internamente. Temos de estar preparados para ela. Pelo respeito e crescimento da nossa dinâmica… Não podemos fugir disso. Tomei a decisão no início do ano, que, nas minhas contas, teríamos mais ou menos os pontos que temos hoje, mais dois ou menos dois… Vamos fazer o que nos compete até o fim e esperar o que tem de acontecer.”

Faltou ousadia para chutar de longe: “Quando se joga contra uma equipe tão recuada, com a linha defensiva quase em cima da área, uma das armas é o chute de longe, falei isso para os jogadores no intervalo. Ou você entra na área em cruzamentos ou com chutes de fora. Chutamos duas vezes no gol, mas chutamos duas dentro da área, mas todos bloqueadas. Não conseguimos acertar o gol e não fomos capazes de fazer um gol que tanto precisávamos diante de uma equipe tão fechada.”

Filosofia permanece intacta em ‘novo mundo’? “Temos filosofia diferente dos adversários. Não faltou nada no ano passado, faltou ganhar do Botafogo aqui. Fomos eliminados por duas equipes. O Estêvão não jogou em um desses jogos. O sorteio não ajudou. Não vamos criar um caso onde não existe. Somos diferentes do Atlético-MG, Corinthians, São Paulo, Flamengo… Olhem para o elenco. Acreditamos naquilo que fazemos. Isso não invalida que o elenco não pode ser tão curto. A parte das SAF’s e do dinheiro não é comigo.”

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