As internações em decorrência de bronquiolite, doença que afeta ramificações dos brônquios (canais que transportam oxigênio para o pulmão), têm escalado no País. A doença atinge principalmente os bebês menores de dois anos e é mais comum no inverno.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro está alertando a população para o agravamento de casos de bronquiolite, após um levantamento do Centro de Inteligência em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) apontar que o número de solicitações por leitos para a doença cresceu durante o início e final do mês de maio.
Entre a semana epidemiológica 19, que vai do dia 5 ao dia 11 de maio, foram 94 pedidos, já na semana 21, que fica entre os dias 19 e 25 de maio, o número chegou a 126, o que significa um aumento de 34%.
“A bronquiolite é uma condição clínica causada pela inflamação do bronquíolo terminal, responsável pela troca gasosa e pela oxigenação. Quanto menor for a criança, mais grave pode ser o quadro de bronquiolite. Isso porque uma via aérea pequena pode ficar muito mais comprometida com secreção e inflamação. O que num adulto seria apenas um resfriado comum, pode causar sérios danos a um bebê, especialmente nos menores de um ano”, explica a pediatra da SES-RJ, Fernanda Fialho.
Um levantamento da farmacêutica AstraZeneca feito com base em dados do Ministério da Saúde comparou os números de internações devido à doença em 2022 e 2023, no Brasil inteiro e referentes a todas as faixas etárias. No Sudeste, a maior alta foi registrada no Espírito Santo, onde houve um salto de 25%. O Sul foi a região do País que registrou as altas menos expressivas, sendo que, Santa Catarina foi destaque com 29%.
O que é bronquiolite?
A bronquiolite é uma infecção respiratória causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR). A doença afeta os bronquíolos, que são as menores vias aéreas do pulmão.
Vale destacar que, além do VSR, a bronquiolite também pode ser causada por outros vírus, como o influenza e o adenovírus, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O VSR é o principal agente infeccioso da doença, e ainda não há vacina disponível para crianças. A imunização contra a Influenza e Covid-19 está disponível nos postos de saúde e impacta positivamente na contenção e agravamento dos casos.
O VSR é responsável pela maioria dos casos de bronquiolite (75%) e quase metade das pneumonias (40%) nessa faixa etária, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Principais sintomas
Os sintomas da doença são muito parecidos com os de um resfriado comum. Segundo o Ministério da Saúde, os mais comuns são:
1. Chiado no peito;
2. Respiração ofegante;
3. Congestão nasal e coriza;
4. Tosse persistente;
5. Febre;
6. Vômito.
7. Lábios e unhas arroxeados.
De acordo com especialistas, outros sinais podem servir de alerta também, como prostração extrema, recusa alimentar e dificuldade para mamar.
“A dificuldade para respirar e falta de ar indicam gravidade”, alerta o pediatra infectologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Márcio Nehab.
Como prevenir?
O vírus da bronquiolite pode ficar em objetos contaminados com a secreção. Medidas simples de higiene podem ajudar a prevenir:
- Lavar as mãos com água e sabão;
- Usar álcool gel;
- Evitar aglomerações e ambientes fechados;
- Manter os objetos de contato do bebê sempre limpos para evitar a transmissão do vírus;
- Manter o calendário vacinal em dia, para evitar complicações, como pneumonias;
- Evitar contato com pessoas resfriadas.
Com informações da Agência Brasil