A professora Marilene Andrade, da Escola Municipal Wilson Batista, no Parque Guarus, é voluntária em situações de desastres. Ela já atuou em diversas frentes de trabalho, auxiliando famílias desalojadas e desabrigadas. Desta vez, ela reuniu cerca de 30 alunos do 3º ano de escolaridade da unidade para enviar, por meio de cartas, um pouco de amor, conforto e esperança às crianças desabrigadas no Rio Grande do Sul (RS), atingidas pela tragédia que já dura mais de 15 dias, provocada por desastres climáticos.
Não somente as crianças receberão as cartas, mas socorristas do Sul e os 16 socorristas de Campos, do Grupo de Resgate Voluntário (GRV), que partiram da cidade nessa quarta-feira (15), para o Sul do país, a fim de auxiliar nos resgates, também foram contemplados com o gesto carinhoso. Eles serão os responsáveis por levar não apenas apoio logístico, mas também o amor dos estudantes campistas em forma de carta.
“Essas cartinhas são um conforto de criança para criança. Eu sou socorrista há muitos anos e participei como voluntária na época das grandes enchentes ocorridas em Campos. Trabalhei muito tempo em abrigos, ajudava a organizar os acolhimentos e a atender os desabrigados. Sempre fui muito ligada a isso e conheço o olhar dos desabrigados, conheço essa dor de perto, então, eu queria fazer alguma coisa mesmo estando tão longe. Conheço o GRV há muitos anos e meu filho hoje também é socorrista e membro do Grupo. Quando eu vi que eles iriam para o Rio Grande do Sul, pelo Instagram, pedi autorização à minha coordenação para fazer as cartinhas. A gente está tão longe, mas receber uma cartinha dizendo ‘tenha fé e seja forte’ é muito importante. Foi a coisa mais linda do mundo ver as crianças aderindo”, disse a professora.
Marilene fez o modelo e pediu que os alunos também colaborassem, a partir do slogan “Ninguém solta a mão do nosso irmão”. Ela fez questão de entregar as cartas pessoalmente ao Grupo. “Vocês são anjos sem asas, pessoas que acolhem a população na pior hora”, disse a educadora ao presidente do GRV, Emílio Martins.
Além das cartas, a turma do 3º ano também preparou um vídeo desejando fé, coragem e força. “Não somente os alunos típicos ajudaram, mas também os atípicos, pois inclusão também é importante”, destacou Marilene.