Os diretores da Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes tiveram seus bens bloqueados pela Justiça Federal, por meio da 1ª Vara Federal de Campos. A decisão faz parte de uma investigação sobre um suposto desvio de mais de R$ 3 milhões, em negociações com a empresa LVR Materiais Hospitalares Ltda, sediada em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
As investigações apontam que o dinheiro teria sido desviado para o financiamento ilícito de uma campanha eleitoral de um candidato a vereador em São João de Meriti. A denúncia partiu de um integrante da própria direção financeira da Santa Casa, que detectou a aquisição de equipamentos com valores acima da média de mercado. Apesar do pagamento, os equipamentos nunca foram entregues ao hospital.
A Polícia Federal constatou que no local onde deveria funcionar a sede da empresa LVR, na verdade, opera o comitê eleitoral do candidato investigado. A LVR já foi sancionada anteriormente por fraudes e está impedida de participar de licitações e contratos com o setor público.
A empresa apresentou um prejuízo líquido de R$ 618.594,84 em 2023, valor que representa mais da metade de seu capital social, estimado em R$ 1.200.000,00.
Cléber Glória, diretor técnico da Santa Casa, contestou a decisão judicial, afirmando que a compra foi realizada corretamente. “Os equipamentos foram entregues à Santa Casa e o preço estava dentro dos valores de mercado”, declarou Glória.