SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No dia que marca o segundo ano da invasão do Congresso dos EUA, Joe Biden comandou nesta sexta-feira (6) uma cerimônia em homenagem aos agentes de segurança que resistiram à turba inflamada por Donald Trump, na tentativa de impedir a confirmação da vitória do democrata. O episódio foi apontado pelo presidente como um dos “mais sombrios da história do país”.
Na Casa Branca, o americano exaltou policiais feridos e os familiares de agentes mortos após a invasão. Também alertou para o risco de ações extremistas nos EUA que ainda vê como “muito real”. Os homenageados receberam do presidente a medalha de cidadão presidencial, classificada por ele como uma das maiores honras civis do país.
Os homenageados, segundo Biden, tiveram atos “exemplares e heroicos” que serão recordados pelas próximas gerações. “A história se lembrará de seus nomes, da coragem e bravura. Também pelo seu extraordinário compromisso com seus compatriotas”.
Dois anos após o episódio, classificado como um dos maiores ataques à democracia da história dos EUA, o FBI prendeu mais de 950 pessoas –a investigação é considerada a maior da história do órgão. Parte dos invasores responde criminalmente por agressão a agentes de segurança Um deles morreu no dia seguinte, após dois derrames, e outros quatro se suicidaram.
O presidente americano disse na cerimônia que uma multidão violenta desrespeitou a lei vandalizando salões da Casa Branca e agredindo funcionários para tentar “derrubar a vontade dos eleitores e usurpar a transferência de poder.”
“Há dois anos, nossa democracia foi atacada. Não há outra maneira de dizer isso”, reforçou Biden ao abrir o discurso. “O Capitólio dos EUA foi violado, o que nunca tinha acontecido antes na história dos EUA, mesmo durante a Guerra Civil”.
Biden não mencionou em seu discurso o impasse protagonizado pelo Partido Republicano na Câmara dos Representantes. Nesta sexta, a legenda ainda havia chegado a um consenso para eleger o presidente da Casa depois de 13 rodadas de votação e já no quarto dia de debates.
O deputado republicano da Califórnia Kevin McCarthy, principal nome da Casa, enfrenta forte oposição da ala ultradireitista do partido. Parte do grupo radical ainda hoje ecoa a tese falsa de que houve fraude na eleição de 2020.