Biden precisa desistir da candidatura, defende The New York Times em editorial

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jornal americano The New York Times, um dos mais importantes e influentes do país, pediu em editorial nesta sexta-feira (28) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abandone sua campanha à reeleição depois do desempenho desastroso no debate contra Donald Trump na quinta (27).

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Um editorial é um texto de opinião que representa as visões do jornal enquanto instituição. Nos EUA, é comum que jornais apoiem abertamente um candidato a presidente por meio de um editorial, como fez o New York Times quando declarou apoio à candidatura de Biden em 2020.

No texto, os editorialistas do Times dizem que Biden, 81, faz uma “aposta irresponsável” ao insistir com sua candidatura à Presidência, e que é pedir demais dos eleitores americanos que eles “ignorem ou descartem a idade e a debilidade do presidente Biden que eles puderam ver com seus próprios olhos” durante o debate.

O desempenho do democrata no confronto direto com Donald Trump, marcado por falas vacilantes, confusas e incoerentes, foi catastrófico para o presidente e para seu partido, causando pânico e dando início a uma pressão nos bastidores sobre a possibilidade de substituir Biden como candidato -até aqui, entretanto, nenhum nome forte da sigla se posicionou publicamente nesse sentido.

Dessa forma, o editorial do New York Times tem a chance de dar mais argumentos aos democratas que vem dizendo à imprensa americana, sob condição de anonimato, que Biden não tem chance de vencer a eleição contra Trump, como afirmou um estrategista ouvido pela NBC News, e que é preciso pensar seriamente em alternativas, como disse um doador ao próprio Times.

O texto elogia a Presidência de Biden e reconhece que desistir seria contrário aos seus instintos políticos -em um comício nesta sexta, o democrata disse a apoiadores que não estaria concorrendo se não acreditasse que pudesse fazer um bom trabalho e derrotar Trump. Entretanto, afirma o jornal americano, “democratas que até aqui respeitaram as decisões do presidente precisam encontrar a coragem para dizer verdades claras ao líder do partido”.

“No debate desta quinta, o presidente precisou convencer a população de que ele está à altura das exigências formidáveis do cargo que busca. Não há como imaginar, entretanto, que os eleitores vão ignorar o que está claro: Biden não é o homem que era quatro anos atrás”, prossegue o texto.

O editorial descreve o presidente americano como “uma sombra” de um grande estadista, e diz que, durante o debate, ele teve dificuldade em explicar suas propostas, confrontar Trump, e, inclusive, em completar frases.
Ao longo dessa sexta, os democratas optaram por minimizar o desempenho de Biden e dizer que ele continua sendo a melhor alternativa para impedir que Trump volte à Casa Branca.

O ex-presidente Barack Obama disse que “debates ruins acontecem”, mas que as eleições deste ano são “uma escolha entre alguém que lutou por pessoas comuns toda a sua vida e alguém que só se importa consigo mesmo”, e que isso não mudou.

Nomes cotados para substituir Biden em uma eventual desistência também apoiaram o presidente. A vice Kamala Harris disse que o democrata teve um começo difícil, mas que terminou bem, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, havia dito ainda na quinta que jamais viraria as costas para Biden.
O caminho para uma substituição é tortuoso. Como as primárias já acabaram, e Biden obteve com folga o número de delegados necessários para ser nomeado na convenção partidária, em agosto, na prática a única forma de reabrir a disputa seria se o presidente desistisse.

Nesse caso, as centenas de delegados partidários ficariam livres para escolher um outro nome, abrindo caminho para uma disputa interna entre os pré-candidatos a ser decidida na convenção.
Leia a seguir a íntegra do editorial do New York Times.

PARA SERVIR A SEU PAÍS, BIDEN DEVE ABANDONAR A CORRIDA ELEITORAL
“O presidente Joe Biden vem dizendo repetida e corretamente que o que está em jogo na eleição presidencial de novembro é nada menos do que o futuro da democracia americana.

Donald Trump provou ser uma ameaça significativa para essa democracia -uma figura errática e interessada apenas em si mesma, indigna da confiança pública. Ele sistematicamente tentou minar a integridade das eleições. Seus apoiadores descreveram publicamente uma agenda para 2025 que lhe daria o poder de cumprir as promessas e ameaças mais extremas. Se ele for reeleito, prometeu ser um tipo diferente de presidente, sem restrições pelos controles de poder incorporados ao sistema político americano.

Biden disse que é o candidato com a melhor chance de enfrentar essa ameaça de tirania e derrotá-la. Seu argumento se baseia principalmente no fato de ter derrotado Trump em 2020. Isso não é mais uma justificativa suficiente para que Biden seja o candidato democrata este ano.

No debate de quinta-feira, o presidente precisava convencer o público americano de que estava à altura das exigências formidáveis do cargo que busca ocupar por mais um mandato. Não há como imaginar, entretanto, que os eleitores vão ignorar o que está claro: Biden não é mais o homem que era há quatro anos.

O presidente apareceu na noite de quinta-feira como a sombra de um grande estadista. Ele teve dificuldade em explicar o que realizaria em um segundo mandato. Ele teve dificuldade em responder às provocações de Trump. Ele teve dificuldade em responsabilizar Trump por suas mentiras, seus fracassos e seus planos alarmantes. Mais de uma vez, ele teve dificuldade em terminar uma frase.

Biden tem sido um presidente admirável. Sob sua liderança, a nação prosperou e começou a enfrentar uma série de desafios de longo prazo, e as feridas abertas por Trump começaram a cicatrizar. Mas o maior serviço público que Biden pode realizar agora é anunciar que não continuará concorrendo à reeleição.

Com a situação atual, o presidente faz uma aposta irresponsável. Existem líderes democratas mais bem preparados para apresentar alternativas claras, convincentes e enérgicas a um segundo mandato de Trump. Não há motivo para o partido arriscar a estabilidade e segurança do país forçando os eleitores a escolher entre as deficiências de Trump e as de Biden. É um risco muito grande esperar que os americanos ignorem ou desconsiderem a idade e a debilidade de Biden que veem com seus próprios olhos.

Se a corrida se resumir a uma escolha entre Trump e Biden, o presidente em exercício seria a escolha inequívoca deste conselho editorial. Isso mostra o quanto Trump representa um perigo. Mas dado esse perigo, os riscos para o país e as capacidades incertas de Biden, os Estados Unidos precisam de um oponente mais forte para o candidato republicano. Fazer um apelo por um novo candidato democrata tão tarde em uma campanha é uma decisão que não é tomada levianamente, mas reflete a escala e a seriedade do desafio de Trump aos valores e instituições deste país e a inadequação de Biden para enfrentá-lo.

Encerrar sua candidatura seria contra todos os instintos pessoais e políticos de Biden. Ele se reergueu de tragédias e contratempos no passado e claramente acredita que pode fazer isso novamente. Os apoiadores do presidente já estão explicando o debate de quinta-feira como um único episódio em comparação com três anos de realizações. Mas o desempenho do presidente não pode ser ignorado como uma noite ruim ou culpado por um suposto resfriado, porque confirmou preocupações que vêm se acumulando há meses ou até anos. Mesmo quando Biden tentou apresentar suas propostas políticas, ele vacilou. Isso não pode ser superado por outras aparições públicas porque ele limitou e controlou cuidadosamente suas aparições públicas.

Deve-se lembrar que Biden desafiou Trump para este duelo verbal. Ele estabeleceu as regras e insistiu em uma data meses antes de qualquer debate de eleições anteriores. Ele entendeu que precisava abordar preocupações públicas de longa data sobre sua acuidade mental e que precisava fazer isso o mais rápido possível.

A verdade que Biden precisa enfrentar agora é que ele falhou em seu próprio teste.

Em pesquisas e entrevistas, os eleitores dizem que estão buscando vozes novas para enfrentar Trump. E o consolo para Biden e seus apoiadores é que ainda há tempo para se unir atrás de um candidato diferente. Enquanto os americanos estão acostumados à longa jornada das eleições presidenciais, em muitas democracias, as campanhas são realizadas no espaço de alguns meses.

É uma tragédia que os republicanos não estejam envolvidos em dilemas parecidos após o debate de quinta-feira. O desempenho de Trump deveria ser considerado desqualificante. Ele mentiu descaradamente e repetidamente sobre suas próprias ações, seu histórico como presidente e seu oponente. Ele descreveu planos que prejudicariam a economia americana, minariam as liberdades civis e desgastariam os relacionamentos da América com outras nações. Ele se recusou a prometer que aceitaria a derrota, voltando em vez disso ao tipo de retórica que incitou o ataque ao Congresso em 6 de janeiro.

No entanto, o Partido Republicano foi cooptado pelas ambições de Trump. O ônus recai sobre o Partido Democrata de colocar os interesses da nação acima das ambições de um único homem.

Os democratas que têm apoiado Biden devem agora encontrar a coragem de falar verdades claras ao líder do partido. Os confidentes e assessores que encorajaram a candidatura do presidente e o protegeram de aparições não roteirizadas em público devem reconhecer o dano à reputação de Biden e a improbabilidade de que ele possa repará-lo.

Biden respondeu a uma pergunta urgente na noite de quinta-feira. Não foi a resposta que ele e seus apoiadores esperavam. Mas se o risco de um segundo mandato de Trump é tão grande quanto ele diz que é, e concordamos com ele que o perigo é enorme, então sua dedicação a este país deixa a ele e a seu partido apenas uma escolha.

O caminho mais claro para os democratas derrotarem um candidato definido por suas mentiras é lidar honestamente com o público americano: reconhecer que Biden não pode continuar sua corrida e criar um processo para selecionar alguém mais capaz para ocupar seu lugar e derrotar Trump em novembro.

É a melhor chance de proteger a alma da nação -a causa que levou Biden a concorrer à presidência em 2019- da distorção maligna de Trump. E é o melhor serviço que Biden pode prestar a um país que ele serviu nobremente por tanto tempo.”

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