O filho do bilionário Shaher Abdulhak, do Iêmen, Farouk Abdulhak, admitiu em troca de mensagens com a jornalista Nawal Al-Maghafi, da BBC, seu envolvimento no homicídio da estudante norueguesa Martine Vik Magnussen, em Londres, em 2008. O crime foi descrito por Abdulhak como um “acidente sexual que correu mal”.
Abdulhak é um dos fugitivos mais procurados pela Polícia Metropolitana de Londres, tendo fugido para o Iêmen logo após o crime, sem nunca ter feito qualquer declaração sobre o assunto. As palavras do suspeito foram obtidas pela jornalista Martine Vik Magnussen, que trabalhou para conquistar sua confiança ao longo de vários meses, e foram reveladas no documentário “Assassinato em Mayfair”.
Em uma das mensagens, Abdulhak escreveu: “Eu fiz algo quando era mais jovem, foi um erro… Eu disse-te o meu nome verdadeiro, não posso ir especificamente para o Reino Unido por causa de algo que aconteceu lá”. Em outra mensagem, ele disse que não se lembrava de muitos detalhes, pois estava sob o efeito de cocaína, e afirmou que não se tratava de homicídio ou violação, mas sim de um acidente sexual que deu errado.
Questionado sobre se voltaria para o Reino Unido para se entregar às autoridades, Abdulhak parecia recusar, alegando que o sistema de justiça criminal britânico é tendencioso e que não acreditava que a justiça seria feita.
Farouk Abdulhak e Martine Vik Magnussen se conheceram na Regent’s Business School, onde ambos estudavam. Na noite do crime, eles foram para a discoteca Maddox, em Mayfair, para celebrar o fim dos exames. Imagens captadas por câmeras de videovigilância mostram os dois deixando a discoteca juntos e, depois disso, não há mais registros da jovem. O corpo de Martine foi encontrado 48 horas depois, com sinais de agressão e estrangulamento.
O pai de Farouk, conhecido como “o rei do açúcar”, era um dos homens mais poderosos do Iêmen e faleceu em 2020.