O Brasil assumiu a presidência dos BRICS, sucedendo à Rússia. O bloco, formado em 2006 por Brasil, Rússia, Índia e China, ganhou a adesão da África do Sul em 2011 e, em 2024, dos países Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. Representando mais de 40% da população mundial e 35% do PIB global, os BRICS consolidam sua relevância como uma voz importante do Sul Global.
Em 2025, o bloco pode ganhar novos membros associados, como Turquia, Indonésia, Nigéria, Argélia, Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Cazaquistão, Vietnã, Tailândia, Malásia, Uzbequistão e Uganda. O embaixador Eduardo Saboia, negociador-chefe dos BRICS, afirmou que a presidência brasileira tem como objetivo “arrumar a casa” após a ampliação e avançar com os planos de integração.
Ao longo do ano, o Brasil sediará 18 reuniões ministeriais, culminando em uma cúpula de líderes prevista para julho. A diplomacia brasileira buscará impulsionar reformas na governança global, aumentando a representatividade de países emergentes em instituições como o Conselho de Segurança da ONU, FMI, Banco Mundial e OMS, com o objetivo de corrigir as desigualdades geopolíticas e dar mais voz ao Sul Global.
A agenda climática também será prioridade, especialmente com a realização da Cúpula do Clima de 2025 em Belém, marcando uma década do Acordo de Paris. Sobre o uso de moedas locais para transações, Saboia explicou que a proposta visa reduzir custos e fomentar comércio e investimentos. Apesar das ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 100% ao bloco se minarem o dólar, Saboia destacou que os países dos BRICS possuem grandes reservas em dólar e que a diversificação econômica é uma medida legítima e eficiente.
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