SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O sábado (11) em Buenos Aires, na Argentina, começou fazendo 31ºC às 9h e tinha previsão de chegar a 38ºC nos horários mais quentes, um recorde para o mês de fevereiro nos últimos 61 anos -em 1944, a cidade chegou a 38,7ºC de temperatura.
Na região da capital, o dia foi parcialmente nublado e a noite deve ter rajadas de vento de 50 km por hora. A temperatura mínima foi de 27ºC. O país sofre uma onda de calor que colocou em alerta várias partes ao centro e ao norte do país. Neste sábado, estavam em alerta laranja as províncias de Corrientes, Misiones, San Luis, Mendoza, La Pampa e Buenos Aires, segundo o SMN (Serviço Meteorológico Nacional). Córdoba, Entre Ríos e San Juan receberam o aviso amarelo.
As categorias sinalizam que as temperaturas podem ser perigosas para idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
Há vários dias a Argentina registra a oitava onda de calor deste verão, com temperaturas de quase 40 ºC. Na última década, não se registraram mais do que quatro ou cinco episódios semelhantes por temporada, segundo o órgão de meteorologia. Considerando todos os trimestres de novembro a janeiro, o atual foi o mais quente desde 1961, com uma anomalia de mais de 1,7ºC.
Na região, ao sul do país, as temperaturas chegaram a 42ºC na última quinta-feira (9) na costa da província de Rio Negro. Mudanças nos ventos de oeste ou sudoeste, porém, amenizaram a situação e reduziram as temperaturas.
Durante 2022, o fenômeno climático La Niña elevou os recordes históricos de temperaturas em toda a Argentina, onde a seca afetou o plantio e a colheita das lavouras, podendo custar perdas superiores a US$ 10 bilhões (R$ 52,5 bilhões), segundo um recente relatório da Bolsa de Cereais de Rosário.
Segundo o SMN, as temperaturas médias se alteraram no último período (1991-2020) em relação ao anterior (1981-2010). “Dependendo da variável, da região, do mês ou do trimestre, essas mudanças podem ser muito leves ou bastante notórias”, afirma o órgão em seu site.
A temperatura média do período iniciado em 1981, por exemplo, foi de 16,1ºC, enquanto o do último ciclo foi de 16,3º. “Embora possa parecer uma mudança pequena, deve-se considerar que todo o território do país está sendo levado em conta, o que pode suavizar os valores”, afirma. “No mapa anual, pode-se observar uma tendência geral de temperaturas mais quentes, com o maior aquecimento registrado em Jujuy e ao norte de Salta.” O aquecimento global está relacionado à maior ocorrência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor.
O domingo (12) deve continuar com temperaturas altas em Buenos Aires, porém mais amenas que as deste sábado. A previsão é de um dia nublado com pancadas de chuva, mínima de 26ºC e máxima de 37ºC.