Você só precisa de 10 minutos por semana para prevenir os focos do mosquito transmissor da dengue, zika vírus, febre chikungunya e outras arboviroses. Esse é o foco das ações de educação em saúde que o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem trabalhando junto à população, principalmente neste período pós-chuva. Não deixar o mosquito se proliferar significa reduzir os casos em decorrência das doenças, que já somam seis óbitos no município somente neste ano.
O coordenador do Programa de Controle de Vetores (PMCV), Claudemir Barcelos, explica que o mosquito necessita de água parada para sua reprodução, o que deve ser evitado, como orienta a campanha nacional: “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”. Em média, o tempo entre a eclosão do ovo e o mosquito tornar-se adulto é de 10 dias.
“Para quebrar esse ciclo de vida do Aedes aegypti, que apresenta hábito diurno em ambientes urbanos e dentro dos domicílios, este último nosso maior problema atualmente, é preciso eliminar toda água parada. E como fazer isso? Vistoriando seu imóvel uma vez por semana, removendo os inservíveis, vedando os recipientes que não podem ser eliminados”, declarou.
Entre os recipientes da parte interna das casas ou apartamentos que devem ter a atenção dos moradores estão a bandeja atrás da geladeira, inclusive as chamadas frost free, vaso sanitário e da caixa de descarga, ralos em desusos e plantas aquáticas ou as mantidas com pratinhos.
“Não é apenas trocar a água das plantas. É preciso lavar o recipiente com uma esponja, assim como é feito com os bebedouros de animais, estando eles dentro ou fora do imóvel”, explica Claudemir.
Na parte de fora dos imóveis, além dos ralos em desuso que devem ser mantidos fechados ou com tela, a orientação é furar os pratinhos de xaxim, limpar bem a calha, manter a caixa d’água, tonéis e outros reservatórios tampados, além de eliminar todos os inservíveis e não acumular sucatas e entulhos.
“O lixo doméstico tem sido um grande problema para nós. Enquanto houver descarte de recipientes, como copo plástico, garrafas pet, pneus, marmitex, potes variados, entulhos, entre outros de forma irregular, não conseguiremos evitar a proliferação do mosquito e, consequentemente, os casos e óbitos das doenças”, ponderou o coordenador.
De outubro até maio do próximo ano é considerado o período de sazonalidade para dengue e chikungunya, podendo ocorrer aumento de casos das doenças. Logo, outra medida tão importante quanto a vistoria do imóvel uma vez por semana é o morador receber os Agentes de Combate a Endemias. São eles que irão aplicar o larvicida e inseticida, quando houver necessidade. Eventos climáticos, como chuvas e temperaturas altas, entre 26ºC e 28ºC, podem favorecer a proliferação, caso as medidas preventivas não sejam adotadas.
Cenário epidemiológico — Da 1ª à 39ª Semana Epidemiológica (SE), compreendida no período entre 01/01/2024 e 30/09/2024, foram registradas 22.562 notificações para dengue e 1.365 para chikungunya. Deste total, seis evoluíram para óbito, sendo quatro por dengue e dois por chikungunya. Não há notificação para zika.