A Argentina solicitou à Interpol um alerta vermelho para a prisão de Hussein Ahmad Karaki, apontado como chefe operacional do grupo extremista Hezbollah na América Latina. Segundo o Ministério da Segurança argentino, Karaki é acusado de recrutar militantes e planejar ataques no continente, inclusive no Brasil. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, declarou que a investigação foi realizada com a colaboração do Brasil e do Paraguai.
De acordo com Bullrich, Karaki está atualmente no Líbano, mas, enquanto atuou na América Latina, utilizou documentos de Brasil, Colômbia e Venezuela, sendo descrito como “cérebro e recrutador do Hezbollah” na região. Ele é suspeito de envolvimento em dois ataques a alvos judaicos na Argentina: um contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, para o qual teria fornecido o carro-bomba, e outro contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que resultou em 85 mortes.
A ministra afirmou que Karaki teria fugido para o Brasil com um passaporte colombiano falso horas antes da explosão na embaixada israelense em 1992. Sem entrar em detalhes, Bullrich também relatou que ele “recebeu a ordem direta” para o ataque contra a Amia. Em 2023, a Argentina colaborou com uma investigação da Polícia Federal brasileira que frustrou planos de atentados contra a comunidade judaica no Brasil. Karaki teria tentado organizar um ataque no Peru ainda em março deste ano.
Karaki atuava com diversos pseudônimos, como “Alberto León Nain”, “Abu Ali” e “Rami”, e teria entrado na Argentina em 1992, dois meses antes do ataque à embaixada. Desde 1994, conseguiu manter-se fora do radar dos agentes de inteligência, mas as investigações indicam que, nos anos 2000, recebeu documentos venezuelanos do governo Hugo Chávez. Bullrich destacou que tornar essa investigação pública representa um “golpe muito forte” contra Karaki e que a Argentina conta com o apoio do Brasil e Paraguai para efetivar a captura.
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