Como cientistas sabem se um desastre foi ou não causado pelas mudanças climáticas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, São Paulo. Nas últimas semanas, fortes chuvas levaram a dezenas de mortes e fizeram com que milhares de famílias ficassem desabrigadas em vários lugares do país.

Quando esse tipo de desastre acontece, uma pergunta recorrente é: isso é culpa da mudança do clima? A resposta nem sempre é simples, mas pode ser encontrada por meio da atribuição climática, ciência que busca determinar a influência do aquecimento global em eventos climáticos extremos.

Uma das pioneiras nesse campo de estudo relativamente novo é a climatologista alemã Friederike Otto, do Imperial College London, que lidera o centro de pesquisa World Weather Attribution (WWA). Por meio de parcerias com cientistas do mundo todo, a iniciativa se dedica a fazer estudos rápidos de atribuição e avaliar o papel das mudanças climáticas logo após o evento extremo.

“O primeiro passo é saber se o evento que aconteceu foi extremo”, explica Lincoln Alves, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que trabalhou com o WWA no estudo sobre as chuvas que atingiram Pernambuco em maio de 2022. Para isso, é preciso olhar o registro histórico da região e ver se algo daquela magnitude já aconteceu antes -e, se aconteceu, quão raro é.

“No caso das chuvas que atingiram São Sebastião [no litoral norte de SP] em fevereiro, por exemplo, olhando os registros desde 1960 é possível ver que nunca choveu 600 mm em tão pouco tempo. Então é um evento extremo raro”, diz.

Em seguida, o grupo de pesquisadores usa um método revisado por pares para comparar dois cenários: um do mundo real, em que a humanidade já deixou o planeta 1,2°C mais quente, e um simulado, em que essa influência não existe.

Eventos extremos fazem parte da variabilidade climática natural e sempre têm várias causas. Mas é possível montar esses modelos porque se sabe a quantidade exata de gases de efeito estufa que foram jogados na atmosfera pelas atividades humanas (principalmente, pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento) desde a Revolução Industrial.

Assim, basta criar um cenário com e outro sem essa variável e verificar a frequência e a intensidade com que aquele evento extremo ocorre em cada um deles. Como a única diferença entre os dois é o aumento da temperatura, pode-se apontar o tamanho da culpa das mudanças climáticas em cada caso.
No caso das chuvas que atingiram o nordeste brasileiro no ano passado, em menos de 24 horas, entre 27 e 28 de maio, Pernambuco recebeu mais de 70% das chuvas esperadas para todo o mês.

O dia de tempestade foi precedido de uma semana de chuvas muito fortes, incluindo outros estados da região. Deslizamentos de terra e inundações deslocaram pelo menos 25 mil pessoas e mataram 133.

Analisando esse cenário, o WWA concluiu que as mudanças climáticas aumentaram o volume das chuvas e que as vulnerabilidades sociais pré-existentes tornaram esse evento ainda mais grave.

Por outro lado, quando estudaram a seca que levou à falta de água no Sudeste, de 2014 a 2015, o grupo concluiu que a mudança climática não teve uma grande influência. Os cientistas apontaram que os impactos sentidos foram tão grandes devido ao crescimento populacional e ao aumento no consumo de água na região.

Mariam Zachariah, pesquisadora que faz parte da equipe de Otto no Imperial College London, diz que normalmente cada estudo dura de alguns dias até quatro semanas.

A cada trabalho, se unem à equipe cientistas que são nativos dos lugares que foram afetados por aquele desastre climático. “Precisamos de dados de estações [meteorológicas] locais e pessoas com uma perspectiva local para realmente entender o que estamos fazendo”, explica ela.

O critério central para decidir quais eventos serão analisados é o tamanho do impacto na população. “No grupo principal, há pessoas tanto do lado da ciência quanto do lado da vulnerabilidade e exposição, que estão mais envolvidas na compreensão sobre os impactos reais associados aos eventos extremos”, conta.

Zachariah afirma que essa abordagem tem o objetivo de ajudar a planejar políticas públicas. “Nós fazemos a análise das mudanças climáticas [em um evento extremo] e aí ficamos sabendo que aquilo pode se repetir. Portanto, a ideia principal tem ser que, no futuro, devemos estar preparados para combater esses efeitos o máximo possível.”

Além dos estudos de atribuição feitos caso a caso, também é possível determinar a influência das mudanças climáticas em eventos extremos partindo dos dados do painel do clima da ONU (IPCC, na sigla em inglês).

O relatório mais recente aponta que a crise climática já agrava secas, tempestades e temperaturas extremas de formas diferentes ao redor do mundo. No Brasil, todo o país já sofre com ondas de calor, enquanto as regiões Sul e Sudeste, especialmente, têm mais chuvas fortes, e o Nordeste, um número maior de secas.

Em cenários futuros de maior aquecimento, indo de 1,5°C até 4°C, essas mudanças devem se acentuar e se espalhar.

Fique por dentro!

Para ficar sabendo de tudo que acontece em Campos e região, siga o nosso instagram @ClickCampos

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ClickCampos: Um portal de notícias de Campos 24 horas por dia

ClickCampos é conhecido por sua cobertura abrangente de eventos locais e outros temas significativos. Além disso, este resumo abordará a estrutura, conteúdo e relevância do site, com atualizações de Campos 24 horas por dia.

Estrutura do ClickCampos

O site desempenha um papel crucial na comunicação regional, servindo como a principal fonte de notícias para Campos dos Goytacazes 24 horas por dia. Portanto, abrange temas variados como política, economia, cultura e esportes, estabelecendo-se como um ponto de referência essencial para os residentes e interessados em notícias locais.

Interface e Usabilidade

A interface do ClickCampos é projetada para facilitar a navegação. Ela apresenta categorias de notícias de maneira clara e inclui uma função de busca eficiente. Consequentemente, a usabilidade do site é vital para seu sucesso, impactando diretamente na experiência do usuário.

Conteúdo e Engajamento com notícias de Campos 24 horas por dia.

O conteúdo do ClickCampos é constantemente atualizado, garantindo que as informações sejam sempre pertinentes e atuais. Além disso, o site proporciona uma variedade de artigos, editoriais e uma seção de vídeos, que enriquecem a oferta de conteúdo e aumentam o engajamento dos usuários de Campos 24 horas por dia. Por outro lado, a seção de comentários estimula a formação de uma comunidade ativa.

Redes Sociais

A presença de ClickCampos nas redes sociais é crucial para ampliar seu alcance e eficácia. Ademais, as redes sociais modernizam o acesso às informações, aumentam a visibilidade das notícias e facilitam o engajamento direto com a comunidade.

Ampliação do Alcance

As redes sociais permitem que ClickCampos alcance uma audiência mais ampla e diversificada. Por exemplo, ao compartilhar notícias no Facebook e no Twitter, o site consegue atrair especialmente os jovens, que talvez não o acessassem diretamente.

Engajamento e Interatividade

As redes sociais oferecem uma plataforma para engajamento direto com o público. Usuários podem comentar, compartilhar e interagir, o que não só aumenta a visibilidade das notícias, mas também promove discussões valiosas para a comunidade.

Resposta Rápida e Cobertura em Tempo Real

ClickCampos utiliza as redes sociais para fornecer atualizações rápidas e cobertura de eventos ao vivo, sendo essencial durante emergências. Essa prática reforça sua posição como uma fonte de notícias locais confiável. Notícias de Campos 24 horas por dia

Conclusão

ClickCampos é mais do que um simples site de notícias com atualizações de Campos 24 horas por dia; é uma plataforma integral para a comunidade de Campos dos Goytacazes. Além disso, a dedicação à reportagem local não só informa, mas também molda a interação comunitária. Finalmente, a otimização contínuaque o site expanda seu impacto e mantenha sua relevância na era digital.