O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fez sua primeira aparição pública nesta terça-feira, 1º de outubro, desde que foi libertado da prisão em junho deste ano. Durante seu discurso no Conselho da Europa, em Estrasburgo, França, Assange quebrou o silêncio e declarou que sua libertação não foi fruto do sistema, mas sim porque ele se declarou “culpado de fazer jornalismo”.
Assange estava acompanhado por sua esposa, Stella Assange, e Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks. Ele havia sido libertado após passar cinco anos preso no Reino Unido, onde lutava contra a extradição para os Estados Unidos. O jornalista se declarou culpado de obter e divulgar segredos militares dos EUA, como parte de um acordo com promotores americanos.
Antes de ser preso, Assange passou sete anos refugiado na Embaixada do Equador em Londres, alegando perseguição política. Ele foi acusado de divulgar documentos confidenciais que expuseram irregularidades militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão, incluindo um vídeo de um ataque de helicóptero Apache em 2007, que matou 11 pessoas em Bagdá, entre elas, dois jornalistas da Reuters.
Defensores da liberdade de imprensa aplaudem Assange por revelar informações que poderiam ter sido ocultadas, mas críticos afirmam que ele colocou em risco a segurança nacional dos EUA e a vida de pessoas que colaboraram com as forças americanas.
Assange foi condenado sob a Lei de Espionagem dos EUA por conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais de defesa nacional. Ele voltou à Austrália em junho, após cumprir sua sentença. Na época, sua esposa Stella afirmou que ele precisava de tempo para se recuperar antes de falar publicamente.
O discurso de Assange desta terça-feira ocorreu após a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa ter publicado um relatório sobre sua detenção na prisão de alta segurança no Reino Unido.