SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A partir deste sábado (6), a vacina bivalente contra a Covid-19 estará disponível para qualquer pessoa com mais de 18 anos na cidade de São Paulo, seguindo diretriz do Ministério da Saúde. A imunização atualizada vem sendo aplicada para grupos específicos e de maior risco para a doença.
Veja perguntas e respostas sobre a vacina e sua aplicação em São Paulo.
QUAL A DIFERENÇA DA BIVALENTE PARA A MONOVALENTE?
O modelo bivalente da Pfizer é uma atualização da primeira vacina da fabricante com a inserção de uma cepa da ômicron. Sendo assim, ela tem um perfil de proteção, principalmente contra hospitalizações e quadros graves, mais adaptada a essa linhagem, cujas subvariantes -incluindo a chamada arcturus- são as principais responsáveis pelos casos atuais de Covid.
Por isso, o reforço com a versão adaptada é recomendada a fim de evitar evolução para quadros mais críticos da infecção.
ONDE POSSO TOMAR?
Na capital paulista, as doses serão distribuídas nas cerca de 470 UBSs (Unidades Básicas de Saúde). É possível buscar os endereços e ver outras informações na página do Vacina Sampa.
Em outras cidades, é necessário se informar nos canais da secretarias municipais de saúde.
A VACINA BIVALENTE PROTEGE CONTRA A SUBVARIANTE ARCTURUS?
A arcturus, que tem o nome técnico XBB.1.16 e é conhecida por causar conjuntivite, é uma subvariante da ômicron com perfil semelhante ao da XBB.1.5, linhagem que assustou a OMS quando foi descoberta, por sua capacidade de transmissão.
A vacinação, como para qualquer outra cepa da Covid, é importante para evitar quadros graves. O imunizante bivalente, por ser adaptado à ômicron, pode ser relevante na proteção contra essa cepa.
Ainda faltam evidências em relação à nova cepa, mas o cenário indiano pode trazer pistas. O país tem o maior número de casos relacionados à linhagem, mas não observou aumento vertiginoso nas hospitalizações nem maior necessidade do uso de ventilação mecânica em uma população.
O que pode explicar isso é principalmente a vacinação. Na Índia, cerca de 70% da população já tomou alguma dose de reforço de vacina contra Covid-19, e não necessariamente com o modelo bivalente.
A PARTIR DE QUANTO TEMPO DESDE A ÚLTIMA DOSE POSSO TOMAR A NOVA APLICAÇÃO?
É preciso esperar no mínimo quatro meses para que alguém possa tomar o reforço com a vacina bivalente. A regra é a mesma para outras aplicações de reforço, mesmo quando é feita com o modelo monovalente.
O REFORÇO BIVALENTE É PARA QUEM TOMOU QUANTAS DOSES?
É necessário que a pessoa tenha feito pelo menos o esquema primário, de duas doses, para receber a dose extra com o imunizante bivalente.
Mas, se alguém já tiver recebido uma ou duas doses de reforço, ela também está apta a tomar mais uma, agora com o imunizante atualizado. Por exemplo, um indivíduo completou o esquema primário e teve acesso a duas doses de reforço -no total, a pessoa já registra quatro aplicações. Agora, ela pode acessar uma nova dose com a bivalente, contabilizando cinco doses no total.
FAZ DIFERENÇA A VACINA QUE TOMEI ANTES?
Não. O reforço será aplicado para qualquer pessoa acima de 18 anos em São Paulo que esteja dentro dos dois requisitos: ter completado o esquema primário e aguardar até quatro meses desde a última dose para tomar a nova aplicação.
ESTOU COM COVID OU TIVE INFECÇÃO RECENTEMENTE. DEVO ESPERAR PARA TOMAR?
Sim, o ideal é que se espere para tomar a nova dose. O mesmo vale para outras infecções respiratórias, mesmo que não seja a Covid-19. Nesse caso, existem três cenários:
Covid-19 leve ou assintomática: tomar a vacina a partir de quatro semanas do início dos sintomas ou do diagnóstico
Covid-19 grave: tomar a vacina a partir de três meses do início dos sintomas ou do diagnóstico
Outras infecções: tomar a vacina a partir da melhora do quadro de saúde
É importante lembrar que não existem evidências de que o imunizante pode exacerbar o efeito da Covid-19. A medida de esperar um período para a nova aplicação deve ser tomada para não confundir os sintomas das doenças com possíveis efeitos colaterais da vacina.
Para aqueles que tiveram exposição recente ao vírus, como ter encontrado alguém com confirmação da infecção, também se recomenda esperar para ter certeza que não foi infectado e, então, tomar o imunizante. Caso tenha se infectado, considere as recomendações indicadas para quem teve confirmação da doença.
HÁ OUTRAS CONTRAINDICAÇÕES?
De praxe, não é recomendado tomar a vacina bivalente caso você tenha alergia grave a algum dos componentes do fármaco. Por isso, recomenda-se ler atentamente a bula do produto para averiguar o que a fabricante indica baseado na formulação.
Outras vacinas contra a Covid-19 até têm outras contra indicações, como, por exemplo, o fato de as doses da AstraZeneca e da Janssen não serem indicadas para quem teve trombose venosa ou arterial. Esse não é o caso das vacinas fabricadas pela Pfizer, incluindo a bivalente.
QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS?
Em geral, os efeitos mais comuns são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.
Esses efeitos já foram reportados nas vacinas monovalentes utilizadas contra a Covid-19 e também ocorrem em outros fármacos. É válido lembrar que, normalmente, os efeitos somem rapidamente e não representam riscos sérios para a população. O simples fato da vacina ter sido aprovada em diferentes países indica que ela é segura e tem eficácia contra a Covid-19.
POSSO TOMAR JUNTO COM A VACINA DA GRIPE?
Sim. O Ministério da Saúde, em um informe técnico publicado em fevereiro deste ano, informa que nenhuma vacina contra Covid é feita de vírus atenuado. Sendo assim, não existem riscos em ser vacinado com a bivalente e com outros imunizantes.
GRÁVIDAS PODEM TOMAR A DOSE A PARTIR DE QUANTOS MESES?
Os requisitos na vacinação de grávidas com a bivalente são os mesmos para outras pessoas: ter tomado o esquema primário e está há pelo menos quatro meses da última dose.
Além disso, não é necessário apresentar qualquer comprovação de gravidez -basta que a mulher afirme que está gestante. Em caso de puérperas, que é quando o bebê nasceu há até 45 dias, é necessário apresentar algum documento que comprove o nascimento. Certidão de nascimento, cartão da gestante ou um documento da maternidade em que ocorreu o parto são alguns exemplos.