Uma criança de 9 anos foi apontada como responsável por maus-tratos e morte de animais que eram mantidos por um hospital veterinário em Nova Fátima, no Paraná.
O caso aconteceu no domingo (13) após um garoto invadir a área externa do hospital veterinário onde funcionava uma espécie de “fazendinha” na qual os animais eram mantidos. Após pular a cerca, ele atacou os animais com chutes e arremessos contra a parede.
O espaço foi inaugurado um dia antes e o garoto, que mora nas imediações, tinha visitado a fazendinha durante a abertura.
Segundo a Polícia Militar, a corporação foi acionada ainda no domingo pela proprietária do local para atender a ocorrência que envolvia a morte de diversos animais e logo identificou o menino responsável através das imagens das câmeras de segurança.
De acordo com Lúcio Barreto, veterinário e um dos responsáveis pelo espaço, foram mortos 20 coelhos e três porquinhos-da-índia.
Nas investigações, a Polícia Civil confirmou que o autor é uma criança e, por isso, ela não poderá ser autuada. Segundo a legislação brasileira, crianças menores de 12 anos não podem ser autuadas por atos infracionais.
Processo civil descartado
Os responsáveis pelo garoto – que mora com os avós – podem ser acionados na esfera civil, e não criminal, mas uma eventual reparação vai depender do proprietário do hospital acionar a Justiça para cobrar a indenização dos danos. Entretanto, de acordo com Lúcio Barreto, isso não deve ocorrer.
“O caso tomou uma proporção que a gente não imaginava, o pessoal está falando muita coisa, tanto da gente quanto da criança, eles culpam a gente pela criança ter entrado aqui. Palavras de ódio para criança também, o que é absurdo”, afirma Lúcio Barreto, veterinário e um dos proprietários do local.
“Querendo ou não fez uma coisa horrível, mas é uma criança de 9 anos, a gente não queria isso. Na verdade, a gente só queria que o menino procurasse ajuda, que a família procurasse ajuda para esse menino para que não acontecesse coisas piores no futuro”, desabafa Lúcio.
Conselho tutelar e MP acompanham caso
O Conselho Tutelar de Nova Fátima disse que “está tomando todas as providências necessárias”.
De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a Promotoria de Justiça do município abriu procedimento para apurar o caso. O MP afirma que a criança vai receber acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
Além disso, o MP esclarece que serão investigados casos de mensagens de ódio dirigidas à criança e sua família para “eventual responsabilização dos envolvidos”.
Nova Fátima, no interior do Paraná, tem 7,2 mil habitantes, de acordo com o Censo 2024 do IBGE.