A menina de 2 anos e 11 meses, que tem morte investigada pela Polícia Civil, foi enterrada por volta das 10h desta quarta-feira (31) no cemitério do bairro Jardim Esperança, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio.
A causa da morte, segundo a Polícia Civil, ainda é desconhecida. Na tarde de segunda-feira (29), a criança foi levada ao Hospital Otime Cardoso dos Santos pelo pai e pelo irmão mais velho, de 18 anos, depois que, segundo a família, passou mal em casa dias depois de tomar cinco vacinas de uma só vez.
A família contou que a menina chegou ainda com vida à unidade, ao contrário do que foi informado pela Prefeitura, que divulgou que a criança chegou sem vida, sendo identificada a suspeita de violência sexual.
O delegado Alessandro Gabri explicou que a médica que atendeu a criança no hospital disse que encontrou lesões nas partes íntimas da menina, mas após a necropsia, nenhuma evidência de crime sexual ou de qualquer outra morte violenta foi constatada pela prova técnica.
No entanto, a polícia ainda depende do resultado dos exames, a partir do material que foi coletado no corpo da menina, para saber a causa da morte. O material será levado nesta quarta-feira (31) para o Rio de Janeiro.
“A princípio, segundo a prova técnica, não há nenhuma evidência de prática de crime sexual. Foram colhidos materiais no cadáver da criança, para averiguar a causa, porque a causa da morte da menina permanece desconhecida. Pedimos urgência nesse exame. Esse material vai ser levado para o Rio amanhã e a gente pediu bastante urgência, até para afastar, ratificar, fechar a porta para essa hipótese de violência sexual, que, ao que tudo indica, não ocorreu”, disse o delegado.
O resultado dos exames feitos no corpo da menina deve ficar pronto em dez dias.
O advogado da família, Jefferson de Souza Costa, falou da reação que a menina teve após as vacinas.
“Ela tomou cinco vacinas de uma vez. E isso causou algumas reações: febre, inchaço, tremedeira. No dia 29, logo após o almoço a menina começou a passar mal, o irmão socorreu, ela desmaiou, levou no colo para a casa da avó, nesse intervalo de tempo, já ligaram para o pai. O pai chegou de moto, pegaram a menina e botaram na moto, e foram para o hospital. Chegou no hospital teve esse problema todo, né, que poderia ter acontecido um abuso sexual, totalmente mentira, descartado pelos peritos. Eu gostaria muito de agradecer aos policiais da delegacia, eles foram muito profissionais, não se deixaram ser induzidos ao erro pelo o que estava sendo divulgado de fake news, que foi muito sério, trouxe um abalo muito grande lá pro bairro, ainda bem que divulgaram os fatos como realmente são, e as pessoas puderam entender, né, o que realmente aconteceu”, disse o advogado.
O advogado contou também sobre o desespero vivenciado pelo irmão e pai da menina para tentar salvá-la enquanto seguiam, de moto, para o hospital.
“O irmão dela que socorreu foi fazendo uma massagem cardíaca, fez até uma respiração boca a boca, porque ela estava tremendo, com dificuldade de respirar”, contou o advogado.
Em nota, a Prefeitura de Cabo Frio disse que “a investigação do caso está sob os cuidados da Polícia Civil. Mais informações serão passadas pelos órgãos responsáveis após o laudo do IML e exames complementares. Ao que compete à gestão municipal, o posicionamento inicial, enviado por nota, segue mantido”.
Veja abaixo a primeira nota enviada pela Prefeitura à reportagem, que costa a suspeita de violência sexual. A nota abaixo foi divulgada com base no atendimento no hospital, antes dos exames iniciais da Polícia Civil no IML que não constataram evidências de abuso sexual:
“A Prefeitura de Cabo Frio informa que na tarde dessa segunda-feira (29), uma menor de 2 anos e 11 meses, deu entrada no Hospital Municipal Otime Cardoso dos Santos, no Jardim Esperança, em estado de óbito. Após acolhimento e atendimento da equipe médica, foi identificada a suspeita de violência sexual. A gestão tomou as medidas cabíveis, entrando em contato com os órgãos responsáveis, encaminhando, em seguida, o corpo da criança para o Instituto Médico Legal de Cabo Frio. O pai da criança e um irmão, que levaram a menor até a unidade médica, foram levados para prestar depoimento na 126ª DP de Cabo Frio para averiguação do caso. A Secretaria de Saúde lamenta profundamente o ocorrido e se coloca à disposição para qualquer esclarecimento”.
Fonte: g1