GUARULHOS, SP (FOLHAPRESS) – Seis crianças brasileiras estavam entre os passageiros de um ônibus que sofreu um acidente no Panamá na última quarta-feira (15) ao transportar mais de 60 imigrantes que haviam cruzado o estreito de Darién, perigosa rota na fronteira com a Colômbia.
A informação foi fornecida pelo governo panamenho. Procurado, o Itamaraty disse que acompanha o caso no local e que, até o momento, não há confirmação de morte de alguma das crianças.
Cerca de 40 pessoas morreram no acidente, que ocorreu na província de Chiriquí, a caminho da fronteira com a Costa Rica. O destino final dos migrantes, que pertenciam, além do Brasil, a países como Equador (22), Haiti (16) e Venezuela (11), era os Estados Unidos.
O governo local ainda não reportou informações de mortos por nacionalidade e disse que levará algum tempo para fazê-lo, uma vez que precisará de informações dos países de origem e que muitos dos levados para hospitais ainda estão inconscientes. O acidente é considerado um dos piores da história do país.
Segundo comunicado oficial divulgado nesta quinta-feira (16), dez menores de idade foram levados para hospitais, sendo que três estão em estado crítico e sete estáveis, além de 22 adultos.
Alguns dos corpos das vítimas foram armazenados em um caminhão frigorífico devido à falta de capacidade do necrotério.
O veículo sofreu o acidente ao perder o controle em uma curva e bater em uma pedra e em outro veículo após cerca de 14 horas de viagem.
O estreito de Darién, por onde os migrantes haviam passado, consiste em uma grande bacia hidrográfica entre a província de mesmo nome, no Panamá, e Chocó, na Colômbia.
A região é inóspita e usada por paramilitares e traficantes de droga, além de quadrilhas que costumam abandonar, roubar e abusar sexualmente de milhares de migrantes que tentam cruzar uma distância de aproximadamente 50 km dentro da mata virgem.
O fluxo migratório na região tem aumentado. De janeiro a novembro do último ano, segundo o setor de migrações panamenho, 228 mil migrantes cruzaram o estreito, cifra que representa pouco menos que o dobro em relação ao mesmo período do ano anterior -126 mil.
Venezuelanos lideram o fluxo, com 149 mil no último período, seguidos por equatorianos, com 21,5 mil. Brasileiros foram a sétima principal nacionalidade, com 2.614 migrantes.