Há 500 anos que se tenta descobrir qual é, ao certo, o país de origem de Cristóvão Colombo, mas o documentário ‘DNA de Colombo, a sua verdadeira origem’, uma pesquisa de 22 anos conduzida pelo cientista forense e professor da Universidade de Granada, José Antonio Lorente, garante ter revelado o mistério. Um estudo de DNA e a análise de vários documentos teriam revelado que o homem que descobriu a América é espanhol e judeu.
Segundo o documentário, que já foi transmitido pelo canal de televisão espanhol RTVE, a primeira parte do estudo centrou-se em encontrar os verdadeiros restos mortais de Cristóvão Colombo, que estariam em Sevilha ou na República Dominicana. Confirmaram que o túmulo da catedral de Sevilha tem, efetivamente, os restos mortais de Colombo e do seu filho, Fernando Colombo, também decisivos para a investigação.
Analisando os ossos de Fernando Colombo, os cientistas conseguiram provar a relação de pai e filho entre os dois e talvez resolver uma polêmica que se arrastava, há 150 anos, entre Espanha e a República Dominicana. Um mistério resolvido também através do DNA.
“Tanto no cromossomo Y como no cromossomo mitocondrial de Fernando há traços compatíveis com a origem judaica”, revelam os cientistas.
O documentário conta, passo a passo, o estudo genético. Das 25 possíveis origens do navegador, José Antonio Lorente e a sua equipe selecionaram as oito teses mais plausíveis e partiram daí. Apresentam cada uma das hipóteses, uma a uma, com documentos e dados históricos que as sustentam e, no final, recorrem ao DNA, que acreditam deitar por terra quase todas as teorias e conduzi-los até à correta.
Esta análise ao material genético de Colombo e do filho teria sido “muito breve, mas suficiente”, permitindo concluir que o navegador que descobriu o continente americano a 12 de outubro de 1492 era um judeu sefardita natural de Valência.
Cientistas divididos. “Não oferece um mínimo de dados”
As conclusões de José Antonio Lorente, expostas no documentário, não convencem toda a comunidade científica. Miguel Botella, um antropólogo forense que chegou a participar nas primeiras análises aos restos mortais do suposto túmulo de Cristóvão Colombo, em Sevilha, mas abandonou o projeto em 2005, afirmou ao jornal espanhol El País que os ossos analisados eram apenas “pequenos 150 gramas” que pertencem à mesma pessoa, mas não correspondem a material genético.
Um especialista em genética e ex-diretor do Instituto Nacional de Toxicologia e Ciências Forenses, Antonio Alonso, concorda com Miguel Botella. Depois de ver o documentário, disse ao mesmo jornal espanhol que, “do ponto de vista científico, não se pode fazer qualquer avaliação” porque “não oferece um mínimo de dados” sobre as análises.
“A minha conclusão é que o documentário não mostra o DNA de Colombo em nenhum momento e nós, cientistas, não sabemos que análises foram efetuadas”, defendeu Antonio Alonso.
Os especialistas criticam, assim, a falta de provas científicas do que é exibido no documentário da RTVE, protagonizado pelo cientista forense Antonio Lorente, que não publicou qualquer análise desde a exumação do suposto túmulo do navegador em 2003.
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