Recuperadas pelo Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), as duas caixas pretas do avião que caiu em Vinhedo (SP) serão fundamentais para a investigação das causas do acidente, que não deixou sobreviventes (todas as 62 pessoas a bordo morreram).
Resistentes, as caixas pretas dos aviões são essenciais para ajudar a elucidar as causas de desastres aéreos e, assim, auxiliar na prevenção deles. Por exemplo: as caixas pretas do voo 447 da AirFrance, que caiu no Atlântico em 2009, puderam ser localizadas quase dois anos depois da queda da aeronave que fazia o trajeto Rio-Paris.
As origens destes dispositivos remontam à Segunda Guerra Mundial, quando a necessidade de analisar acidentes com aeronaves militares ganhou mais peso, segundo a enciclopédia Britannica. Ainda de acordo com a Britannica, uma série de acidentes desastrosos de jatos De Havilland Comet em 1953 e em 1954 estimulou David Warren, um cientista australiano, a projetar o primeiro gravador que conseguia captar voz e dados. Foi a partir daí que esse equipamento começou a ser aprimorado até o que temos atualmente.
Existem dois gravadores:
- um gravador de voz do cockpit (CVR – gravador de voz da cabine) para vozes do piloto e sons;
- um gravador de dados de voo (FDR) que captura informações sobre parâmetros, incluindo altitude, velocidade do ar, direção e empuxo do motor.
As gravações ficam protegidas dentro de um revestimento capaz de resistir mais de 3,4 mil vezes a força da gravidade durante a queda.
➡️ E se as caixas pretas são resistentes assim… Por que não revestir todo o avião com esse material?
Porque seria impossível alçar voo. Segundo o Museu Smitshonian do Ar e do Espaço, a maior parte das caixas pretas são envoltas em aço, um sólido bastante resistente, mas também pesado.
Fazer um avião inteiro de aço o faria pesar muito mais e seria difícil voar. Os aviões são feitos de alumínio, que é mais leve, e são reforçados em torno de uma estrutura de aço e titânio.