A delegada Carla Tavares, titular da 134ª Delegacia de Polícia do Centro de Campos, detalhou nesta terça-feira (9) a investigação que levou à prisão, em menos de 24 horas, do homem acusado de matar a companheira a pedradas.
O crime, registrado na segunda-feira (8), é tratado pela Polícia Civil como feminicídio. O suspeito foi localizado no início da tarde, escondido em uma casa abandonada na entrada da praia de Grussaí, em São João da Barra.
Segundo a delegada, o casal vivia junto e tinha três filhos. O relacionamento era marcado por violência doméstica, com histórico de agressões recorrentes. Em março deste ano, o acusado chegou a ser preso em flagrante após a vítima procurar a delegacia e registrar a ocorrência com base na Lei Maria da Penha. No entanto, a própria mulher solicitou a suspensão da medida protetiva, o que permitiu a libertação do companheiro dias depois.
Durante o depoimento, o homem confessou o crime e descreveu a sequência de agressões que tirou a vida da vítima. “Ele informou que tentou enforcá-la para deixá-la desacordada. Depois, pegou duas pedras e desferiu dois golpes, um após o outro”, explicou a delegada. A motivação, segundo ela, teria sido ciúmes após o suspeito descobrir uma suposta traição.
A mãe da vítima, Lucivalda dos Santos, esteve na 134ª DP no momento da prisão e desabafou diante da imprensa. Abalada, ela relatou que a filha era agredida há anos e permanecia no relacionamento por medo, chantagens e pelos filhos. “Desde 2017 que esse desgraçado bate na minha filha. Tudo por causa de ciúmes”, afirmou.
Lucivalda contou ainda que o homem manipulava emocionalmente a filha, afirmando que ela precisava dele para criar as crianças. “Ele dizia que nunca teria coragem de matar, que era só um soco”, relatou.
Visivelmente emocionada, a mãe encerrou dizendo que a sensação é de justiça: “Justiça foi feita. A gente sempre falava para ele que o dia que ele matasse a minha filha, ele saberia que ela não estava sozinha.”

