Na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal, com o apoio da Receita Federal e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrou a Operação Postos de Midas, para investigar crimes como organização criminosa, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e outros.
A ação mobilizou mais de 60 agentes, entre policiais federais, servidores da Receita e membros do MPRJ, para cumprir 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, além de quatro prédios públicos. As buscas foram realizadas em Campos, na Região dos Lagos, na Região Metropolitana e na capital do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
A investigação, conduzida pela Delegacia Regional de Polícia Judiciária e pela Delegacia de Polícia Federal em Campos, teve início após a prisão em flagrante de um dos integrantes da organização criminosa em 30 de setembro de 2022, acusado de corrupção eleitoral. Esse indivíduo era considerado braço direito do suposto chefe do grupo criminoso.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema envolvia a contratação direta e fraudulenta de empresas ligadas a um parlamentar estadual investigado, por meio da dispensa irregular de licitações. O esquema resultava em sobrepreço e desvio de recursos públicos, que eram lavados através de uma rede de postos de combustíveis. Além disso, apura-se o direcionamento de licitações para beneficiar o mesmo grupo econômico.
O nome da operação, “Postos de Midas”, faz alusão ao mito do Rei Midas, que transformava em ouro tudo o que tocava, e refere-se ao crescimento acelerado do patrimônio do investigado.
Em 2016, quando concorreu ao cargo de vereador em Campos, o patrimônio declarado era de R$ 224.000, incluindo dois veículos, participação de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet ski. Em 2022, ao disputar uma vaga como deputado estadual, o patrimônio declarado subiu para R$ 1.972.000. Atualmente, o investigado é proprietário de 18 postos de combustíveis e 12 empresas, segundo a investigação.
Fonte: Polícia Federal