Desigualdade agrava problema dos microplásticos na água, dizem especialistas

EVERTON LOPES BATISTA E DANILO VERPA
SANTOS, SP E SÃO VICENTE, SP (FOLHAPRESS) – A desigualdade social, que leva à ocupação irregular da beira de rios com moradias precárias, sem saneamento básico e coleta de lixo adequada, é apontada por especialistas como um dos principais fatores que agravam a contaminação por plástico e microplásticos em corpos d’água.

 

O rio dos Bugres, que fica entre as cidades de Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, foi classificado por uma pesquisa como o segundo mais contaminado por microplásticos no mundo.

O estudo foi publicado em novembro de 2024 na revista científica Marine Pollution Bulletin por pesquisadores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e do Instituto EcoFaxina, ONG que realiza atividades de limpeza e educação ambiental na região.

As duas margens do rio são ocupadas por moradias irregulares em área de mangue. No lado de Santos, está o Dique da Vila Gilda, a maior favela de palafitas do país. Estimativas apontam que cerca de 20 mil pessoas vivem na área.

“Estamos aqui desde 2008, atuando na limpeza do manguezal e na conscientização da comunidade sobre os riscos do consumo de organismos contaminados. No entanto, o que observamos é que o rio está cada vez mais contaminado e a degradação do ecossistema avança”, diz William Rodriguez Schepis, diretor-presidente do Instituto EcoFaxina e um dos pesquisadores do estudo.

Outros pesquisadores não envolvidos no estudo ouvidos pela Folha concordam que o problema na região é grave e as soluções devem dar conta da complexidade social encontrada ali.

“Trata-se de toda uma comunidade vulnerável que não tem acesso à infraestrutura básica de saneamento. Como consequência, esse resíduo vai parar na água, navegando, atolando no manguezal”, diz Gabriela Otero, especialista em resíduos e gerente de economia circular do Pacto Global – Rede Brasil, iniciativa de sustentabilidade da ONU (Organização das Nações Unidas).

Otero, que já esteve envolvida em projetos na região, diz que a coleta de lixo disponibilizada pela prefeitura na área vai apenas até as ruas oficiais, asfaltadas, o que desencoraja muitas das pessoas que moram mais distantes a fazer o trajeto para despejar os resíduos nos pontos de coleta. Para ela, as soluções devem ser criadas em parceria com a comunidade local, levando em conta suas necessidades.

Mas a mitigação do problema depende também de quem mora longe dali, com a conscientização sobre a necessidade da diminuição do resíduo plástico, afirma Otero. “O Brasil tem um clima e uma rede hidrográfica que fazem com que todos os caminhos levem ao mar. Assim, todas as nossas ações também levam ao mar”, diz.

Ítalo Braga, professor do Instituto do Mar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), no campus da Baixada Santista, concorda que a responsabilidade da contaminação do rio dos Bugres não deve recair apenas sobre os moradores do local.

“O mundo inteiro tem mostrado que os maiores níveis de contaminação estão próximos às zonas mais industrializadas e, portanto, mais ricas. Quanto maior a renda, maior o consumo de plástico”, afirma.

Braga ressalta que, atualmente, não existe nenhuma tecnologia capaz de remover os microplásticos do ambiente de forma eficaz e economicamente viável. “Por isso, a única solução passa pela política pública, promovendo a redução do uso de plástico, sua substituição por alternativas mais sustentáveis e o aumento do percentual de reciclagem”, afirma.

A Prefeitura de São Vicente afirma que realiza mutirões para a limpeza de rios, praias e áreas críticas do estuário. Diz ainda que vai investir recursos do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) para melhoria da coleta seletiva e reciclagem para reduzir a quantidade de plásticos que chegam aos corpos hídricos.

O Parque Palafitas, projeto da prefeitura de Santos para urbanização do Dique da Vila Gilda, tem obras em andamento. Segundo Glaucus Farinello, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade do município, um projeto piloto com 60 moradias deve ser concluído ainda neste ano. A empreitada deve custar mais de R$ 12,6 milhões.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), por sua vez, diz que prepara um protocolo em parceria com a Unifesp para incorporar a medição de microplástico no monitoramento da qualidade da água que faz em 70 pontos do litoral paulista. Em 2025, a agência deve conduzir um piloto da medição das partículas em locais selecionados.

“Esse monitoramento é importante porque os microplásticos estão na água que bebemos, na comida que consumimos e no ar que respiramos. É uma partícula pequena que causa um problema gigantesco”, conclui Cláudia Lamparelli, gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb.

 

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