Morreu, nesta segunda-feira (9), aos 93 anos, James Earl Jones, uma das vozes mais poderosas da história do cinema. Jones deu voz a personagens, como Mufasa, de “O Rei Leão” e Darth Vader, na saga “Star Wars“.
A informação foi dada pelo agente do ator e dublador, que afirmou que Jones estava cercado por seus familiares na hora do falecimento. A causa da morte não foi divulgada, mas o ator sofria de diabetes tipo 2 desde os anos 1990. Ele deixa filho e esposa.
Em declaração, Bob Iger, diretor-executivo da The Walt Disney Company, disse: “Da sabedoria gentil de Mufasa à ameaça ameaçadora de Darth Vader, James Earl Jones deu voz a alguns dos maiores personagens da história do cinema. Um celebrado ator de teatro com quase 200 créditos em filmes e televisão em seu nome, as histórias que ele trouxe à vida com presença única e imponente e verdadeira riqueza de espírito deixaram marca indelével em gerações de público.”
James Earl Jones: carreira
Jones nasceu no Mississípi (1931), nos Estados Unidos. É filho do ator Robert Earl Jones, que deixou a família antes de James nascer para tentar a carreira em Nova York e Hollywood.
Ele trabalhou com Langston Hughes e chegou a ganhar papéis como coadjuvantes em filmes de importância da época, como “The Sting”.
Quando James fez cinco anos, a família foi para o Michigan. A mudança fez o garoto desenvolver gagueira. O medo de falar o deixou quase mudo até o ensino médio, quando um professor dr poesia o ajudou a desenvolver a fala novamente.
“Ele começou a me desafiar, a me incentivar a falar novamente… a reconhecer e apreciar a beleza das palavras”, disse Jones.
Na sequência, estudou drama na universidade local, foi Ranger no Exército dos EUA e se mudou para Nova York, conseguindo papéis de destaque em obras de William Shakespeare. Sua estria no cinema foi em 1964, em um longa de Stanley Kubrick, “Dr. Strangelove”.
Em 1967, Jones fez o papel do boxeador Jack Johnson em “The Great White Hope”. A trama mudou sua carreia e lhe rendeu um Tony. Três anos depois, ele refez o papel nos cinemas, se tornando o segundo homem afro-americano a ser indicado ao Oscar. O primeiro foi Sidney Poitier.
Já nos anos 1970, era constantemente escalado para diversos filmes e trabalhos na TV. Nos 50 anos que se seguiram, ele fez mais papéis importantes, como Alex Haley na série “Roots: The Next Generations”, Thulsa Doom em “Conan, o Bárbaro”, um rei africano em “Um Príncipe em Nova York”, o recruta relutante de Kevin Costner em “Campo dos Sonhos”, o Almirante Greer em “A Caçada ao Outubro Vermelho” e “Jogos Patrióticos” e um pregador sul-africano em “Cry, the Beloved Country”.
Costner também fez questão de relembrar a “voz estrondosa” de seu ex-companheiro de produção:
“Tanta coisa pode ser dita sobre seu legado, então direi apenas o quão grato sou por parte dele incluir ‘Field of Dreams’. Se você já viu, sabe que este filme não seria o mesmo com qualquer outra pessoa em seu papel. Só ele poderia trazer esse tipo de mágica para um filme sobre beisebol e um milharal em Iowa. Sou grato por ter sido uma testemunha dele fazendo essa mágica acontecer.”
O gigantesco ator manteve-se em atividade até seus últimos anos de vida. Em 2021, por exemplo, reprisou seu papel de “Um Príncipe em Nova York” na continuação da Netflix. Sua última produção foi dublar, uma vez mais, seu maior personagem em “Obi-Wan Kenobi”, produção do Disney+.