A terceira onda de frio do ano, acompanhada por uma forte massa polar, trouxe um visitante incomum ao litoral Norte Fluminense: um elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina) foi avistado descansando na praia do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, desde a última segunda-feira (7).
O animal vem sendo monitorado de perto pelas equipes do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos) e do Instituto BW (IBW), que atuam em parceria no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo (PMP-BC/ES). A iniciativa faz parte de uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
Segundo o coordenador do GEMM-Lagos, Dr. Salvatore Siciliano, pelas características observadas trata-se de um macho subadulto, com aproximadamente três metros de comprimento, enquadrado como subadulto fase 2, ainda não reprodutivo. “Esses animais podem se dispersar muito além das colônias na Patagônia argentina e, ao chegarem aqui, buscam descansar, tomar sol ou trocar a pele. É fundamental que fiquem tranquilos, sem a presença de curiosos ou de cães, para não serem perturbados nesse período de descanso”, orienta Siciliano.
A Dra. Paula Baldassin, vice-presidente do Instituto BW e coordenadora da equipe veterinária, explica que o animal está sendo avaliado e acompanhado diariamente para garantir seu bem-estar. Ela reforça que a aproximação de pessoas pode causar estresse, atrasar a recuperação e até prejudicar a volta ao mar aberto. “Ele está saudável, apenas aproveitando para recuperar as energias. Pedimos à população que não tente se aproximar”, alerta.
Estima-se que a população mundial da espécie ultrapasse 700 mil indivíduos, sendo que apenas na Ilha Geórgia do Sul podem se concentrar mais de 350 mil animais, o equivalente a 60% do total global. Embora sejam visitantes ocasionais, elefantes-marinhos podem aparecer em praias brasileiras quando se dispersam de suas áreas reprodutivas.
Caso algum morador encontre este ou outro animal marinho, vivo ou morto, na faixa de areia, as equipes orientam que se mantenha distância e que a situação seja comunicada imediatamente pelo telefone 0800 991 4800. Confira algumas orientações:
Não se aproxime e não toque no animal;
Evite barulho ou presença de cães e curiosos;
Isole a área até a chegada dos profissionais;
Nunca tente devolver o animal ao mar por conta própria.
Fonte: Instituto BW