Traçar estratégias para garantir mais educação, desenvolvimento e qualidade de vida nas comunidades quilombolas de São Francisco de Itabapoana. Este foi o objetivo de uma reunião, na manhã desta quarta-feira (08), na Defensoria Pública de Campos, com o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Vítor Saraiva, a defensora pública de Tutela Coletiva, Carolina Henning, e as presidentes das comunidades quilombolas de Barrinha, Lídia de Barrinha, e Deserto Feliz, Valquíria Neves. Também participaram os secretários municipais de Agricultura e Abastecimento, Enaldo Barreto; e de Educação, Cultura e Tecnologia, Gustavo Terra.
Segundo Enaldo Barreto, a Secretaria de Agricultura vai criar uma horta medicinal em Barrinha, que é um desejo antigo dos moradores. “Vamos oferecer material para a construção de uma estufa e equipe técnica, que ajudará os moradores na produção dos produtos medicinais, possibilitando que eles possam fomentar a economia local”.
O secretário de Educação destacou que o governo municipal dará continuidade ao projeto “Cozinha Escola”, que vai funcionar na escola de Deserto Feliz. “Também pretendemos reativar a fábrica de biscoito da localidade, para que os moradores possam complementar suas rendas”, disse Gustavo Terra, que estava acompanhado da subsecretária da pasta, Kíssila Sobrinho.
O reitor do IFF reafirmou a parceria da instituição pelo bem-estar das comunidades quilombolas do município. “Nossa proposta é levar qualificação profissional, com cursos técnicos e profissionalizantes para que as pessoas possam entrar no mercado de trabalho e, assim, melhorar sua renda”.
Educação, cultura e abastecimento
Carolina Hennig destacou que o objetivo da reunião foi priorizar as principais demandas das comunidades quilombolas, tais como como saúde, educação e transporte. “Nós fomos aos quilombos para mapear as demandas dos territórios. Identificamos questões como acesso à educação, ensino da história negra nas escolas, qualidade da água, entre outros. Em Deserto Feliz, a escola estava com telhas quebradas, marimbondos. Já na última vez que fomos à comunidade, vimos que houve avanços”, disse a defensora pública, citando a instalação de aparelhos de ar condicionado e reformas na estrutura.
Valquíria Neves pediu intervenções no sistema de abastecimento de água em Deserto Feliz. Segundo ela, a comunidade precisa de um poço, pois muitas casas ainda não são abastecidas. A líder quilombola também pediu melhoria na qualidade da água.
Lídia da Barrinha destacou a importância de resgatar a cultura das duas comunidades. “Queremos fortalecer a nossa história e cultura. Nós estamos sempre pensando na necessidade do saneamento, da saúde, que são importantes, mas a gente não pode deixar de pensar no viés da cultura. As comunidades vão deixar de existir, se não trabalharmos nisso agora”, disse a líder quilombola.
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