Entidades médicas e candidatos pedem fim das cotas em programas de residência

(FOLHAPRESS) – Políticas de cotas em programas de residência médica estão sendo questionadas por organizações e candidatos. Eles defendem que a reserva de vagas para grupos populacionais vulnerabilizados é um ataque ao mérito acadêmico.

 

A residência é uma formação em serviço para médicos graduados. Nela, os interessados escolhem uma área para se especializar. Em média, isso leva dois anos. No entanto, em alguns casos, como a neurocirurgia, pode chegar a cinco anos.

Na semana passada, o CFM (Conselho Federal de Medicina) ingressou com uma ação civil pública contra a reserva de 30% das vagas para pessoas com deficiência, pretos, pardos, indígenas e quilombolas no Enare (Exame Nacional de Residência), forma de ingresso em alguns dos programas de residência mais importantes do país.

A ação corre na 3ª Vara Cível de Brasília, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Para o CFM, as cotas criam “discriminação reversa” e fomentam a ideia de “vantagens injustificáveis” na classe médica. O conselho defende que a seleção para residência seja baseada somente no mérito acadêmico.

O Enare é aplicado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, estatal ligada ao MEC (Ministério da Educação). A prova foi aplicada no dia 20 de outubro em 60 cidades, oferecendo 4.854 vagas de residência médica em 163 instituições de todo o país.

Desde o processo seletivo de 2023, o exame incluía a reserva de 10% das vagas para pessoas com deficiência. A partir deste ano, passou a contar também com cota para pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, indígenas e quilombolas -20% das oportunidades.

Procurada, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares diz que as cotas não implicam privilégio ou quebra da isonomia, como argumenta o conselho federal, mas são instrumentos de equidade para promover reparação histórica e corrigir desigualdades estruturais.

“A existência de políticas de cotas no ingresso às universidades públicas, por si só, não elimina as profundas desigualdades sociais que ainda afetam o acesso às especialidades médicas”, afirma a entidade. “Tendo em vista que muitos estudantes ainda enfrentam barreiras adicionais ao tentarem ingressar nos programas de residência, onde há uma acirrada competição e altos custos associados à preparação para exames específicos.”

O CFM, porém, não está sozinho em sua argumentação. A AMB (Associação Médica Brasileira) também critica a política afirmativa. “Quando se trata de residência médica, é preciso o entendimento de que todos que farão a prova de especialista já se encontram graduados no curso de medicina”, diz a entidade.

Para a associação, o após graduação requer dedicação por meio de muito estudo e esforço por parte de cada indivíduo.

Nem todos os programas de residência médica do país participam do Enare. São os casos dos oferecidos pela Escola Paulista da Medicina, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A instituição aprovou em maio deste ano uma resolução estabelecendo a implementação de cotas na residência. São reservadas 40% de vagas para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, e o restante fica para ampla concorrência.

A medida foi amplamente atacada. Em contato com a reportagem, graduandos de medicina da universidade pediram a revogação da política, argumentando ser uma forma de desmotivar os não contemplados.

Após a federal paulista aprovar a reserva, foi ventilada a possibilidade de a Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) seguir a ideia. O programa da residência da USP é o maior e mais concorrido do Brasil.

Nas redes sociais, candidatos iniciaram uma campanha contra a possibilidade. Uma das postagens teve quase 1 milhão de curtidas.
Em nota, a Faculdade de Medicina negou qualquer novidade no ano.

Segundo dados da Demografia Médica de 2023, que utiliza o sistema do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), ligado ao MEC, no período de 2010 a 2019 houve um aumento de estudantes pretos e pardos nos cursos de medicina do país, passando de 1.483, em 2010 (25,1%), para 9.326 em 2019 (27,7%).

A mudança ocorreu em parte pela maior declaração dos ingressantes, assim como aumento do número de vagas totais disponíveis no período. Houve, também, aumento dos graduandos que fizeram escola pública no mesmo período, de 25,9% (2010) para 29,8% (2019).

Leia Também: OMS lista causadores de doenças que devem ser prioridade no desenvolvimento de vacinas

 

Fique por dentro!

Para ficar sabendo de tudo que acontece em Campos e região, siga o nosso instagram @ClickCampos

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ClickCampos: Um portal de notícias de Campos 24 horas por dia

ClickCampos é conhecido por sua cobertura abrangente de eventos locais e outros temas significativos. Além disso, este resumo abordará a estrutura, conteúdo e relevância do site, com atualizações de Campos 24 horas por dia.

Estrutura do ClickCampos

O site desempenha um papel crucial na comunicação regional, servindo como a principal fonte de notícias para Campos dos Goytacazes 24 horas por dia. Portanto, abrange temas variados como política, economia, cultura e esportes, estabelecendo-se como um ponto de referência essencial para os residentes e interessados em notícias locais.

Interface e Usabilidade

A interface do ClickCampos é projetada para facilitar a navegação. Ela apresenta categorias de notícias de maneira clara e inclui uma função de busca eficiente. Consequentemente, a usabilidade do site é vital para seu sucesso, impactando diretamente na experiência do usuário.

Conteúdo e Engajamento com notícias de Campos 24 horas por dia.

O conteúdo do ClickCampos é constantemente atualizado, garantindo que as informações sejam sempre pertinentes e atuais. Além disso, o site proporciona uma variedade de artigos, editoriais e uma seção de vídeos, que enriquecem a oferta de conteúdo e aumentam o engajamento dos usuários de Campos 24 horas por dia. Por outro lado, a seção de comentários estimula a formação de uma comunidade ativa.

Redes Sociais

A presença de ClickCampos nas redes sociais é crucial para ampliar seu alcance e eficácia. Ademais, as redes sociais modernizam o acesso às informações, aumentam a visibilidade das notícias e facilitam o engajamento direto com a comunidade.

Ampliação do Alcance

As redes sociais permitem que ClickCampos alcance uma audiência mais ampla e diversificada. Por exemplo, ao compartilhar notícias no Facebook e no Twitter, o site consegue atrair especialmente os jovens, que talvez não o acessassem diretamente.

Engajamento e Interatividade

As redes sociais oferecem uma plataforma para engajamento direto com o público. Usuários podem comentar, compartilhar e interagir, o que não só aumenta a visibilidade das notícias, mas também promove discussões valiosas para a comunidade.

Resposta Rápida e Cobertura em Tempo Real

ClickCampos utiliza as redes sociais para fornecer atualizações rápidas e cobertura de eventos ao vivo, sendo essencial durante emergências. Essa prática reforça sua posição como uma fonte de notícias locais confiável. Notícias de Campos 24 horas por dia

Conclusão

ClickCampos é mais do que um simples site de notícias com atualizações de Campos 24 horas por dia; é uma plataforma integral para a comunidade de Campos dos Goytacazes. Além disso, a dedicação à reportagem local não só informa, mas também molda a interação comunitária. Finalmente, a otimização contínuaque o site expanda seu impacto e mantenha sua relevância na era digital.