Estiagem afeta reservatórios de SP, causa racionamento no interior e acende alerta para 2025

TULIO KRUSE E EDUARDO KNAPP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A falta de chuva que atinge todo o estado de São Paulo nas últimas semanas provocou a queda no nível dos mananciais que abastecem a capital, agravou o racionamento de água que já ocorria em cidades do interior e trouxe preocupações com a saúde -da desidratação à concentração de poluentes em rios e represas.

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Além disso, a estiagem atual traz alerta para a possibilidade de secas mais graves em 2025 e 2026. Há expectativa de atrasos na volta do período chuvoso deste ano e, consequentemente, o risco de que as chuvas não sejam suficientes para que os reservatórios não acumulem água suficiente para atravessar o período seco do ano que vem em níveis satisfatórios.

Seis dos sete sistemas de água que abastecem a região metropolitana de São Paulo estão mais secos hoje do que há um ano. Somando-se todos os reservatórios, a diferença é de 256 milhões de metros cúbicos de água, o suficiente para abastecer a capital paulista por quase cinco meses. A situação hoje, por outro lado, ainda é melhor do que em agosto de 2022 e 2021.

Na sexta (23), incêndios de grandes proporções bloquearam estradas que dão acesso a vários municípios na região de Ribeirão Preto. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou a criação de um gabinete de crise para lidar com os incêndios florestais. Após a chuva na capital neste fim de semana, a previsão é de um novo período de estiagem.

Na última semana, a falta d’água tornou-se mais preocupante em cidades do interior. Bauru, cidade mais populosa do centro-oeste paulista, vive há mais de três meses um racionamento em rodízio. Três regiões da cidade revezam-se num ciclo de fornecimento de 72 horas, em que ficam 24 horas com abastecimento e 48h sem água na torneira.

Não há perspectiva de retorno à normalidade pelos próximos 45 dias. “Infelizmente, o histórico de chuvas em Bauru indica que até a segunda quinzena de outubro não há garantia de precipitações suficientes para elevar o nível da lagoa de captação do rio Batalha a ponto de permitir a normalização do abastecimento”, informou o Departamento de Água e Esgoto da cidade.

Em Piracicaba, o Serviço Municipal de Água e Esgoto reduziu a captação de água para tratamento a partir desta quinta-feira (22) após a queda drástica do volume de água no rio que dá nome à cidade.

O governo estadual anunciou nesta semana que deu início a um ciclo de perfuração de poços artesianos para ampliar a oferta de água, em meio ao Plano Estadual de Resiliência à Estiagem. A gestão Tarcísio também informou que, no próximo mês, assinará contratos para retomar as obras de dois reservatórios próximos a Campinas, e que contratou estudos para a construção de uma adutora que melhora a distribuição de água nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Quem alerta para os riscos de uma temporada de seca ainda mais severa a partir do ano que vem é o engenheiro Antonio Carlos Zuffo, professor do departamento de Recursos Hídricos da Unicamp. Ele afirma que o agravamento da estiagem neste ano, em comparação a 2023, está dentro do previsto no ciclo natural do regime de chuva na região. Diz também que, pelo mesmo motivo, espera uma seca no próximo ano comparável à crise hídrica de 2014.

“Se ocorrer o La Niña, como existe um encurtamento do período úmido, a recuperação dos reservatórios será menor, levando a um agravamento da situação para o ano que vem”, diz Zuffo. O La Niña é o fenômeno climático em que as águas na superfície do oceano Pacífico se resfriam abaixo do normal. Ele leva ao aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e ao aumento da estiagem no Sudeste e no Sul.

Órgãos de meteorologia têm avisado desde o início do ano sobre as condições favoráveis à formação desse fenômeno, e um boletim da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA) publicado nesta quarta afirma que há 66% de probabilidade de que o La Niña se forme entre setembro e novembro.

Zuffo afirma que uma seca mais grave em 2025 se encaixaria num ciclo observado nos anos de 2003 e 2014, anos em que os níveis dos mananciais em São Paulo atingiram seus níveis mais baixos. Ele diz, ainda, que para a maior parte dos municípios a solução para enfrentar os períodos mais secos sem desabastecimento é a construção de reservatórios –obras que costumam levar anos para serem concluídas.

“Nos municípios que dependem apenas da vazão do rio, economizando [água] ou não, a água vai baixar e vai haver dificuldades no abastecimento”, ele diz.
O professor afirma, ainda, que a construção de reservatórios em Amparo e Pedreira estavam no rol de obras que foram anunciadas como parte do esforço para evitar uma crise hídrica como a que ocorreu há uma década, mas acabaram paralisadas em gestões passadas. As obras devem aumentar a oferta de água para 5,5 milhões de pessoas, por meio dos rios Jaguari e Camanducaia.

Seca na Guarapiranga agrava poluição
A seca dos reservatórios que abastecem a capital paulista é visível nas bordas da represa Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. Uma extensa faixa de areia se formou nos últimos meses na área conhecida como praia do Lola, no Jardim Santa Helena, em Interlagos. Moradores dizem que é possível notar que a altura da água fica mais baixa a cada semana.

O cabeleireiro Leandro Dorgang, 44, que vive desde criança na zona sul da capital, afirma que a concentração de poluentes na água e de lixo na faixa de areia aumentou com a estiagem.

“A questão mais grave aqui é a poluição, porque a represa está muito suja, muito abandonada. “, diz Nargong. “Passo por vários córregos que desaguam na represa e a água está turva, escura. Nas margens se forma uma lama que está podre.”

A poluição dos rios durante a estiagem é uma preocupação em todo o estado. Após a morte de dezenas de toneladas de peixes em Piracicaba, num caso em que há suspeita de vazamento de melaço de cana, o descarte irregular irregular de poluentes no rio se tornou uma das maiores preocupações do Consórcio PCJ, que monitora a qualidade da água nos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no interior paulista.

“Qualquer deslize, qualquer contaminação, pode afetar gravemente o abastecimento de água”, disse a engenheira ambiental Mariane Leme, e assistente de projetos do consórcio. Segundo um boletim da entidade, em julho a região das bacias desses três rios teve chuvas concentradas em apenas um dia e, mesmo que tenha superado a média mensal de chuvas, não foi o suficiente para melhorar o abastecimento.

Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do governo estadual afirmou que 127 poços já foram entregues para 116 cidades desde o final do ano passado, o que representou um investimento de R$ 134 milhões. O governo Tarcísio também destacou que 225 afluentes já foram desassoreados em 154 municípios desde o início da gestão.

“O Governo de São Paulo também está implantando ações de longo prazo, com soluções definitivas e foco no futuro”, afirmou a secretaria, destacando a previsão de assinatura de contratos, no mês que vem, para a retomada das obras das barragens de Pedreira e Amparo. A previsão de investimento é de aproximadamente de R$ 1 bilhão para as duas represas.

A Sabesp afirmou que “não há risco de desabastecimento neste momento nos 375 municípios” atendido pela companhia. “Desde a crise hídrica, os investimentos tornaram o sistema mais robusto e flexível (sendo possível abastecer áreas diferentes com mais de um sistema)”, disse a empresa, em nota, que ressaltou o fato de os níveis atuais dos reservatórios serem melhores do que em 2022 e 2021.

 

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