O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que nem a Rússia nem a Ucrânia querem parar a guerra, mas, diferentemente de recentes declarações já feitas sobre o conflito, disse agora que nunca equiparou as responsabilidades dos dois países. “Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Eu sei o que é invasão e o que é integridade territorial”, disse o petista no sábado, 22, em evento oficial em Lisboa. “Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz.”
O presidente brasileiro chegou a Portugal na sexta-feira, 21, e seguirá para a Espanha na próxima terça-feira, 25. É a primeira viagem do petista à Europa no terceiro mandato. Lula foi recebido pelo presidente Marcelo Rebelo em cerimônia no Mosteiro dos Jerónimos, onde fica o túmulo de Luís de Camões.
Mais tarde, participou da XIII Cimeira Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com o primeiro-ministro português, António Costa. No encontro, foram assinados 13 acordos de cooperação em diferentes áreas, como saúde e educação, entre a validação de diplomas universitários.
Apesar da mudança de tom em relação à guerra, Lula afirmou, quando esteve em Abu Dhabi, que a responsabilidade pela invasão russa na Ucrânia era tanto de Moscou quanto de Kiev. “A decisão da guerra foi tomada por dois países”, afirmou na ocasião. A Ucrânia, no entanto, é vítima de uma invasão deflagrada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.
Lula foi questionado várias vezes por suas falas, o que ofuscou os primeiros eventos em Lisboa. De acordo com o petista, o Brasil busca restabelecer a paz – ele chegou a propor a criação de um G-20 para negociar o fim do conflito. “No caso da guerra, a Rússia não quer parar e a Ucrânia não quer parar”, afirmou. “Pois bem, temos de encontrar países que, em relação de confiança, queiram sentar e conversar e parar a guerra”, disse.