Familiares de uma pensionista de 77 anos, acusam um motorista de aplicativo de arrastá-la na manhã desta terça-feira (30), em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, no momento em que ela desembarcava do carro.
Lindaura de Souza Falicios, que estava indo a uma consulta médica, está com ferimentos pelo corpo e precisou ser levada para uma unidade de saúde.
Segundo o atendente de telemarketing Antônio Marcos Moreira de Souza, de 22, que estava com Lindaura no momento do incidente, eles haviam embarcado em Santíssimo, também na Zona Oeste, e seguiam para Campo Grande. Após cerca de 20 minutos de corrida, eles pararam na Rua Doutor Caetano de Farias Castro, o rapaz teria pago o valor da corrida e teria descido para ajudar a idosa. Foi nesse momento que tudo aconteceu, segundo ele.
“Quando eu paguei os R$ 20 e desci pra ajudá-la, eu vi que ele [o motorista] arrancou. A dona Lindaura já estava com uma das pernas para fora quando ele foi arrastando-a. Ela caiu, bateu a cabeça no chão e ele mesmo assim ele foi puxando”, afirma Antônio.
Em seguida, ele freou, ela acabou de sair do carro, e posteriormente ele foi embora com a porta aberta”, conta.
Segundo o rapaz, no trajeto, eles haviam conversado sobre uma festa da religião que eles professam, o candomblé.
“Não falamos nada demais dentro do carro. Conversamos por alto sobre uma festa e mais nada”, diz o atendente, que questiona: “Eu fiz, o pagamento, ele recebe o valor da corrida, faz isso com ela e ainda cancela a corrida. O que justifica ele ter feito isso? Não tem explicação. O que leva uma pessoa a fazer isso?”
O filho de Lindaura, o servidor André de Souza Salicios, 46, estava em Itaguaí, na Região Metropolitana, quando soube do incidente. Ele contou que a mãe, que é ialorixá há mais de 30 anos, já havia feito uma cirurgia em um dos braços. E, agora, por conta da queda, tem reclamado de fortes dores no outro. Além disso, segundo ele, a idosa quebrou uma parte do ombro esquerdo na queda.
Uma ambulância do Corpo de Bombeiros foi chamada e levou a idosa para o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, onde recebeu os primeiros socorros. Por decisão da família, ela foi retirada da unidade e levada para um hospital particular.
“A minha mãe bateu a cabeça. Ele fez uma covardia. Não sei se ele fez isso por questões religiosas, não sei se foi por preconceito. Mas, ele foi desumano. A minha mãe sempre usa pulseiras que podem identificar a religião. Não sei se foi isso, não sei. Ele só precisa ser encontrado e pagar pelo que fez”, declara o filho.
A família diz que vai registrar o caso na 35ª DP (Campo Grande). Enquanto isso, a Polícia Militar disse que o 40º BPM (Campo Grande) foi acionado para checar a entrada dela no hospital, mas que a família disse que iria na delegacia posteriormente.
Procurada, a inDrive disse que o passageiro acionou o botão de acidente e deu seu relato. A empresa disse ainda que o condutor foi banido da plataforma e que a inDrive vai oferecer ajuda com custos médicos e psicológicos para a idosa.
Fonte: G1