A farinha de mandioca de São Francisco de Itabapoana e o abacaxi do Norte Fluminense receberam nesta quinta-feira (24) o Laudo de Delimitação da Área Geográfica de Produção. O documento é um passo importante para que os dois produtos posteriormente obtenham a Indicação Geográfica (IG), uma espécie de selo de procedência e qualidade conferido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a produtos com características únicas ligadas ao seu local de origem.
Os laudos foram assinados na Câmara Municipal de São Francisco de Itabapoana, com a presença da prefeita Yara Cinthia; do secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Deodalto José Ferreira; e do superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no estado do Rio de Janeiro, Victor Tinoco, entre diversas outras autoridades.
Os documentos foram elaborados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca (Seapa), com base em estudos técnicos e científicos realizados pela Emater, em parceria com entidades locais. Foram assinadas a Indicação de Procedência da Farinha de Mandioca de São Francisco de Itabapoana e a Denominação de Origem do Abacaxi Norte Fluminense, que contempla a fruta produzida nos municípios de São Francisco de Itabapoana, Campos dos Goytacazes, São João da Barra e Quissamã.
— Hoje São Francisco está vivendo um momento histórico, um momento de reconhecimento daquilo que nós temos — comemorou a prefeita Yara Cinthia. “Esta é uma data marcante, o pontapé inicial para que nosso agronegócio cada dia mais venha fomentar, movimentar e trazer recursos e desenvolvimento para o nosso município”.
Segundo o secretário Deodalto José Ferreira, São Francisco vai crescer muito a partir do reconhecimento de seus produtos tradicionais. “Eu fico muito feliz pelo convite em estar participando desse evento maravilhoso, não apenas para uma Indicação Geográfica, mas duas. Quero muito agradecer ao governador Cláudio Castro e ao presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar, por ter nos proporcionado esse olhar sensível para o agro de nosso estado”.
A importância da IG
A Indicação Geográfica (IG) é um passo importante para que São Francisco tenha sua produção reconhecida e valorizada em todo o Brasil. Produtos como o queijo Canastra, a cachaça de Paraty e o café do Cerrado Mineiro são exemplos de produtos que ganharam destaque no mercado após obterem a IG.
O reconhecimento fortalece a economia local, agregando valor ao produto e protegendo contra falsificações, garantindo que apenas produtores da região possam utilizar a marca registrada. Além do impacto econômico, a IG tem potencial para impulsionar o turismo e a cultura local, atraindo visitantes interessados na história e na tradição do abacaxi e da farinha.
— Significa muito para nós. A IG vai chegar com muito benefício para São Francisco, para os produtores de mandioca e os fazedores de farinha — celebrou a presidente da Associação dos Produtores e Fabricantes de Farinha de Mandioca de Travessão de Barra (Aprofar), Vanessa Ribeiro. “Agora é trabalhar para que isso aconteça da melhor forma”.
A certificação IG é um processo que envolve várias etapas. Após a mobilização conjunta entre governos e produtores para a elaboração e assinatura do Laudo de Delimitação da Área Geográfica de Produção, será elaborado um caderno de especificações técnicas, regras de produção e uso da IG, que será enviado ao INPI. A expectativa é que a certificação de IG seja concedida num prazo de um ano.
— Esse é um momento único não só para a associação, mas para todo o Norte Fluminense — comentou o presidente da Associação dos Produtores de Abacaxi do Norte Fluminense (Para-Rio), Heraldo Meireles. Ele destaca que, como segundo maior produtor de abacaxi do Brasil, o município de São Francisco merece ser reconhecido pelas autoridades e ter sua produção agrícola reconhecida em nível nacional.
Também estiveram presentes à assinatura dos laudos o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Francisco de Itabapoana, Enaldo Barreto; a presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Caroline Alves da Costa; o deputado federal Hugo Leal; e o vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Alerj, deputado estadual Jair Bittencourt, o Superintendente do Ministério da Agricultura, Rafael Moreira, que representou o Ministro da Agricultura Carlos Favaro, representando o Ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira, o chefe da Divisão de Desenvolvimento do Ministério de Agricultura, Celso Merola, a Reitora da UENF, Rosana Rodrigues, o Reitor do IFF, Victor Saraiva, o Coordenador Regional do SEBRAE, Guilherme Reche, os representantes da SICRED, Michael Barbosa e Ulisses Lemos Porto, o Presidente da Câmara, Alexandre Barrão, os vereadores Daniel Abílio, Eleno, Patrícia Cherene, Mazinho do Lava Jato, Mazinho de Caboclo, Sorriso, Ralfinho e Nelcimar Jr. entre outras autoridades.
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