Favorito a assumir a seleção brasileira, Jesus destoa de seus compatriotas com estilo próprio

LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – Portugal se tornou, nos últimos anos, um celeiro de técnicos de futebol com diploma universitário, inglês fluente e mercado garantido nas principais ligas europeias. Com origem humilde, trajetória acidentada e um início de carreira meio por acaso, Jorge Jesus não faz parte desse clube seleto.

 

Conquistou, no entanto, respeito internacional em passagens vitoriosas por Flamengo, Benfica e Al Hilal, até se tornar neste momento o nome mais cotado para substituir Dorival Júnior na seleção brasileira.

“Jesus é um treinador muito intenso com os jogadores, com muita intuição estratégica e tática”, descreve António Veloso, criador de um curso de futebol em alta performance na Universidade de Lisboa, pela qual passaram vários dos técnicos portugueses mais vitoriosos.

“Essa intensidade pode levar seus comandados à saturação. O fato de ele passar menos tempo com os jogadores numa seleção, no entanto, pode ser uma vantagem”, acrescenta.

O técnico português nasceu em 1954 na Amadora, município de classe média baixa da área metropolitana de Lisboa. Foi um meio-campista sem grande destaque, com passagens em clubes pequenos de Portugal. Aos 35 anos, era o capitão do modesto Almancilense, da terceira divisão. Num jogo contra o igualmente modesto Amora, gritava tanto com os companheiros que um dirigente do time adversário o convidou para ser técnico. Jesus aceitou e levou o Amora à segunda divisão.

O técnico relembrou o episódio em 2013 quando, no auge de um período glorioso no Benfica, foi convidado a dar uma palestra no salão nobre da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Entre uma anedota e outra, diante de uma plateia lotada, expôs o que considera os cinco pilares de seu trabalho: criatividade, saber operacionalizar as ideias, liderança, organização e paixão.

Em Portugal, a ponte entre futebol e academia foi construída pelo lendário técnico Carlos Queiroz, que aplicou suas teses na seleção portuguesa e no Real Madrid. Também passaram pela Universidade de Lisboa José Mourinho, o técnico português mais vitorioso de todos os tempos, ostentando no currículo duas Champions League, pelo Porto e pela Inter de Milão, e três campeonatos ingleses pelo Chelsea. E a estrela em ascensão da atualidade, Rubem Amorim, que comanda o milionário Manchester United.

Ao contrário de Queiroz, Mourinho e Amorim, Jesus nunca teve oportunidade de dirigir um clube numa das ligas mais ricas do mundo -a inglesa, a espanhola, a alemã e a italiana. Também se manteve distante da academia. Fez apenas o curso básico de formação de técnico da Federação Portuguesa de Futebol, exigido para quem quer exercer a profissão.

Segundo ele, seu momento de maior aprendizagem se deu num estágio de um mês no Barcelona, quando pode conviver com o lendário Johan Cruyff. Jesus sempre cita o ídolo holandês em suas palestras e preleções.

Como Cruyff -e ao contrário de Tite e de Dorival Júnior, os últimos técnicos da seleção brasileira- Jesus gosta de times que jogam de forma compacta, intensa e extremamente ofensiva. “Cruyff me ensinou que é melhor ganhar de 5 a 4 que de 1 a 0”, afirma frequentemente em entrevistas. No melhor estilo holandês, seus times gostam de manter o controle da bola, a defesa joga adiantada e os atacantes marcam por pressão. O “olé” que o Brasil tomou no Monumental de Nuñez –em que a bola passou pelos pés dos onze jogadores da Argentina, em 34 toques que resultaram no gol antológico de Enzo Fernández– talvez não acontecesse com Jesus a gritar e gesticular do banco de reservas.

O treinador português dirige desde julho de 2023 o Al Hilal, da Arábia Saudita. Seu contrato de dois anos expira no próximo mês de junho. Segundo informa o jornalista Fabrizio Romano, referência em negócios relacionados ao futebol europeu, Jesus acena com a possibilidade de sair em 3 de maio, após a final da Champions League asiática -mas precisa negociar com o clube saudita, que lhe paga um salário mensal de 1 milhão de euros, ou R$ 6 milhões.

Em sua segunda passagem pelo Al Hilal -a primeira foi entre 2018 e 2019- o “Mister”, como os treinadores portugueses gostam de ser chamados, bateu um recorde e provocou uma controvérsia. No ano passado, o Al Hilal entrou para o Guinness Book com uma sequência de 34 vitórias em jogos oficiais, algo nunca visto no futebol profissional.

A controvérsia, no início deste ano, envolveu Neymar. Jesus decidiu não inscrever o jogador no Campeonato Saudita alegando que, de volta de uma contusão grave, Neymar não conseguia jogar com a intensidade que o técnico exige. O brasileiro acabou rescindindo seu contrato com o Al Hilal e voltou para o Santos. Os dois provavelmente terão que trabalhar juntos caso Jesus vá treinar a seleção brasileira.

Técnico e jogador não falam publicamente sobre o assunto, mas em entrevistas Jesus sempre elogia o talento de Neymar.

A exigência e a intensidade de Jesus costumam trazer recompensas em campo. Ele é o treinador mais vitorioso da história do Benfica. Conquistou dez títulos em sua passagem de seis anos pelo clube, entre 2009 e 2015, superando o recorde anterior do brasileiro Oto Glória. Mais que pelos campeonatos nacionais -foram três, em 2010, 2014 e 2015- Jesus é lembrado por ter colocado o Benfica em duas decisões da Liga Europa, o segundo torneio mais importante do continente.

O “glorioso” de Lisboa não ganhava um torneio continental desde o bicampeonato 61-62, quando era dirigido por Béla Guttman. Depois de derrotar Barcelona e Real Madrid em duas finais antológicas, o treinador húngaro pediu um aumento e recebeu uma negativa. Ao sair do clube, rogou uma praga: o Benfica jamais seria campeão em um torneio continental.

Jesus foi quem esteve mais perto de quebrar a escrita. Em 2013, os encarnados de Lisboa perderam para poderoso Chelsea –que ostenta um dos 10 maiores orçamentos do futebol mundial– com um gol nos acréscimos. Em 2014, foi derrotado pelo Sevilla nos pênaltis.

O treinador português só conseguiu um título continental em 2019, ao ganhar a Libertadores da América pelo Flamengo – quebrando um jejum que vinha desde 1981. Fiel ao estilo ofensivo do técnico, o rubro-negro da Gávea anotou 22 gols em 12 jogos.

Em Portugal, país dos técnicos com formação acadêmica, Jesus é criticado por atropelar o português em entrevistas. Do outro lado do oceano seu estilo informal, com tiradas tipicamente lusitanas, caiu melhor. “Eu gosto de colocar toda a carne no assador de uma vez só”, disse uma vez, quando perguntado qual torneio ia priorizar no estafante calendário do futebol brasileiro.

Ao contrário do que ocorreu nas Copas de 2014 e 2018, o Brasil agora tem uma excelente geração de jogadores espalhados pelos clubes mais ricos do mundo. Contando com vários nomes dessa nova fornada – Vinicius Junior, Raphinha, Rodrygo e Alisson, além de Neymar – Tite não conseguiu que rendessem o esperado em 2022.

Com frases de efeito, treinos exaustivos e inspiração na Holanda de 1974, o treinador português quer atingir algo que parece fácil, mas os técnicos brasileiros não têm conseguido: fazer com que um coro de prima-donas soe afinado.

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