(FOLHAPRESS) – Em uma Buenos Aires cheia de pontos de bloqueio no trânsito e muito policiamento, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, inaugurou, na manhã desta terça-feira (24) a sétima edição da Cúpula da Celac (Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) -embora a tenha chamado de modo equivocado de “Cúpula das Américas”.
O evento ocorre no dia seguinte ao encontro entre Fernández e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no qual ambos os presidentes renovaram os votos de reaproximação entre Brasil e Argentina e afirmaram ter avançado em projetos como o de uma moeda única para o comércio bilateral e, eventualmente, regional, e na possibilidade de que o Brasil volte a financiar obras de engenharia no país vizinho.
Sob Lula, o Brasil retorna à Celac, fórum inaugurado em 2011, no Chile, e formado por 33 países da América Latina e do Caribe, mas abandonado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A cúpula já começou marcada por uma polêmica envolvendo o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Com um encontro bilateral marcado com Lula, o venezuelano mudou de planos e não viajou à Argentina. Segundo o regime, sua ausência se deveu a um “complô neofascista” internacional. Fontes dos governos argentino afirmaram que havia temor de Maduro de que pudesse ser emitida uma ordem de prisão.
Nos últimos dias, exilados venezuelanos se manifestaram na capital argentina contra a presença de Maduro. Líderes da oposição também protestaram –Fernández disse que Maduro era bem-vindo na cúpula. A presidente do partido de direita PRO, Patricia Bullrich, disse que, caso o venezuelano fosse a Buenos Aires, pediria uma ordem de prisão internacional à Justiça argentina devido às denúncias de abusos de direitos humanos registradas no país caribenho por diversos organismos de direitos humanos, como as Nações Unidas e a Human Rights Watch.
A Cúpula da Celac reúne ainda líderes do Uruguai, Luis Lacalle Pou; do Paraguai, Mario Abdo Benítez; do Chile, Gabriel Boric; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; e da Colômbia, Gustavo Petro, entre outros.