Uma revisão dos cadastros do Bolsa Família está focando nos arranjos familiares formados por um único membro, conhecidos como unipessoais. Dos 5 milhões de beneficiários que alegam viver sozinhos, 900 mil já foram excluídos do programa devido a registros irregulares. Essa revisão visa assegurar que os recursos cheguem às pessoas que mais necessitam.
Durante o governo anterior, o percentual de arranjos unipessoais entre os beneficiários do Programa Bolsa Família aumentou significativamente, passando de 15% para 27%. O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social Família e Combate à Fome (MDS) consideraram esse aumento fora do comum e suspeitaram de possíveis falsificações nos cadastros.
Os dados dos beneficiários do Bolsa Família e de outros programas sociais são registrados no Cadastro Único, que passou por atualização recente. O MDS iniciou a Averiguação Cadastral para verificar a composição familiar, especialmente nos arranjos unipessoais, uma tarefa que deve ser concluída até dezembro e é realizada pelos municípios.
A revisão dos cadastros é conduzida de forma gradual e cuidadosa, a fim de evitar bloqueios ou cancelamentos injustos de benefícios para famílias verdadeiramente unipessoais. A partir de setembro, os municípios terão um limite de 16% para esses arranjos na folha de pagamento do Bolsa Família.
O Ministério destaca que esse processo é fundamental para manter a integridade do programa e demonstrar o compromisso do governo com os direitos das famílias em situação de pobreza no Brasil.