(FOLHAPRESS) – Os metroviários de São Paulo aprovaram uma greve de 24 horas a partir da 0h desta quinta-feira (23).
A votação favorável à paralisação se deu após uma reunião do Sindicato dos Metroviários com a direção da Companhia do Metropolitano de São Paulo, à tarde, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
No encontro, segundo os sindicalistas, os representantes do Metrô informaram que não tinham autorização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para pagar o abono pedido pela categoria.
Nas redes sociais, o Metrô afirma que acionará seu plano de contingência para “minimizar os transtornos a quem precisa do transporte, possibilitando o funcionamento de trechos importantes do sistema”. Diz ainda lamentar a decisão do sindicato de “punir a população paralisando o serviço essencial de transporte”.
Procurada, a direção da Companhia do Metropolitano de São Paulo não respondeu até a publicação sobre as medidas que tomará para atender aos usuários.
A Prefeitura de São Paulo informou que o rodízio municipal de veículos estará suspenso durante toda a quinta-feira em razão da greve.
As reivindicações do sindicato pelo abono são para repor o não pagamento das PRs (participação nos lucros) de 2020 a 2022.
A negociação começou em 11 de janeiro e, desde então, foram cinco encontros nos quais a categoria resolveu esperar uma conciliação, até a noite desta quarta (22), quando foi decidida a greve em assembleia por 51,83% dos votantes. Outros 45,21% votaram não e 2,96% se abstiveram.
Com a decisão, as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha do metrô e o monotrilho da linha 15-prata ficarão paralisadas por 24 horas, até a meia-noite de quinta-feira.
“Os trabalhadores do metrô estão tentando uma negociação desde o começo do ano, alguns pontos avançaram, mas hoje, infelizmente, no tribunal o Metrô fechou a negociação e não está atendendo a categoria, que é de receber um abono compensatório de coisas que o Metrô nos deve há três anos”, comentou Camila Ribeiro Duarte Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
“Também queremos a abertura de concurso público para a contratação de funcionários. O serviço no transporte está muito difícil e quem está sentindo isso na pele são os trabalhadores e também os passageiros. Diante disso, a categoria decretou a greve e nós estamos dispostos a abrir mão da greve se pudermos liberar as catracas para a população usar o transporte normalmente e a gente seguir tendo um instrumento de mobilização e pressão para a reivindicação dos trabalhadores”, completou.
Além do abono, a categoria ainda negocia com o Metrô a revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos realizados em 2019, além de pedir novas contratações.
Na assembleia desta quarta, alguns funcionários discursaram contra a greve porque o início das negociações salariais do dissídio começará em maio. Eles temiam que uma greve agora pudesse prejudicar um futuro acordo.