A defesa de Lourival Correa Netto Fatica, principal suspeito do desaparecimento da advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, admitiu nesta sexta-feira (30), que ele assassinou a vítima. Segundo a advogada Flávia Froés, uma das responsáveis por defender Lourival, ele seria ouvido, na tarde de hoje, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre o que aconteceu com Anic. O acordo de colaboração era a liberdade dos filhos e de uma ex-namorada do réu, o que não se confirmou.
A oitiva aconteceria no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde o técnico de informática está preso. O procedimento faria parte de uma tratativa para viabilizar uma colaboração premiada, onde Lourival revelará a existência de um mandante do desaparecimento. Anic está desaparecida desde o dia 29 de fevereiro deste ano. Ela sumiu após sair a pé de um shopping, em Petrópolis, na Região Serrana. Segundo a defesa de Lourival, a vítima foi morta nesta data, e nunca houve sequestro.
— O Lourival quer esclarecer, é de interesse dele, inclusive, levar a Justiça, a imprensa ao local onde Anic morreu. Onde uma perícia com luminol perfeitamente vai apurar a existência de sangue dela no local — disse a advogada Flávia Froés, que defende Lourival.
Como será possível analisar material genético de Anic?
Segundo a defesa, é possível encontrar e analisar material genético da vítima no local a ser apontado por Lourival:
— Há vestígios de sangue, de material genético, é sabido que o luminol consegue detectar presença de sangue até cinco anos depois do fato. Não adianta lavar. O luminol é capaz de verificar isso no local do fato aonde Anic morreu, e vai revelar a intenção dele. Havendo ou não a colaboração. Mas quanto antes puder dar fim, dar uma resposta à sociedade, aos amigos da Anic, principalmente à filha Anic, a intenção do Lourival e da sua defesa colaborar com a Justiça.
Pagamento no valor de R$ 4,6 milhões chegou a ser feito
Lourival e outras três pessoas suspeitas de envolvimento no desaparecimento da advogada estão presas. Um pagamento de resgate no valor de R$ 4,6 milhões chegou a ser feito pela família da vítima, mas ela nunca retornou para casa. A polícia concluiu, num relatório de inquérito, que a estudante de Psicologia foi possivelmente assassinada.
Segundo a defesa, desde o início a intenção era o homicídio da vítima, e que a narrativa do sequestro fazia parte do plano. Lourival diz que agiu mediante ordem do mandante. Ele admitiu que tinha um relacionamento com Anic. O réu escreveu uma carta no cárcere contando detalhes do crime. Este documento está com a advogada Flávia Froés.
— Dependemos de uma tratativa com MPRJ para entregar este documento. O Lourival se pré dispõe a ir no local para mostrar à polícia onde está o corpo — afirma.
*Com informações de O Globo