SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio à comoção pela morte de um jovem de origem argelina pela polícia na França, um incidente ocorrido no sábado (1º) em Bron, nos arredores de Lyon, sudoeste do país, preocupou as autoridades.
Nele, um carro colidiu de propósito em outro, buscando “fazer algo contra negros e árabes”, o que seria uma reação aos tumultos recentes. Dois homens foram presos após o Peugeot 308 em que estavam bater no veículo com uma garota de sete anos e seu pai no estacionamento do hospital Femme Mère Enfant.
Segundo o jornal Le Figaro, as vítimas, que se dirigiam a uma consulta, foram imediatamente socorridos por funcionários do local, segundo os quais a dupla estava “em choque, mas não ferida”.
O Peugeot foi apreendido pela polícia, e o homem que ocupava o assento do passageiro, ferido pelo airbag, detido. Já o motorista -e proprietário do veículo- conseguiu fugir, mas foi preso pouco depois.
Os itens encontrados no banco de trás do carro surpreenderam as autoridades. Ali estavam um fuzil carregado com três cartuchos de bala de calibre 12 e uma caixa com 111 cartuchos do mesmo modelo.
Mais tarde, uma operação de busca e apreensão na casa do homem que estava no banco do passageiro, no departamento de Ain, encontrou ainda mais caixas de munição e duas espingardas. O homem, suspeito de ter ligações com a extrema direita de Lyon, de acordo com o jornal Le Monde, tinha um histórico de condenações judiciais por incitação de ódio e danos ao patrimônio e era proibido de portar armas.
Foi ele, aliás, que disse em depoimento que quis bater na traseira do carro para agir “contra negros e árabes”. Já o motorista afirmou que não tinha intenções violentas e que estava bêbado no momento da colisão. Ambos foram indiciados pela promotoria local devido ao episódio. Enquanto um deles foi posto sob supervisão judicial, o outro segue sob custódia. Eles têm 33 e 39 anos de idade.
A França enfrentou uma onda de manifestações que durou dias. O estopim foi a morte de Nahel, 17, após ser atingido por um tiro disparado por um policial em Nanterre, município a noroeste de Paris. Sua origem argelina fez muitos acusarem os agentes que o abordaram de racismo e incitou uma ampla discussão sobre a legislação que regulamenta a atuação das forças de segurança no país.
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