SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Não bastasse a dimensão do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu parte da Síria no início desta semana, matando mais de 3.300 pessoas, a instabilidade política no país tem tornado o envio de ajuda humanitária e os resgates de vítimas ainda mais desafiadores.
Assim como na também arrasada Turquia -onde a contagem de mortes já ultrapassa os 18 mil -, a população tem se queixado de uma resposta lenta do regime de Bashar al-Assad, que controlava entre 65% e 70% do país em 2021 segundo relatório da Chatham House daquele ano.
O ditador fez sua primeira aparição pública desde o desastre nesta sexta-feira (10), quatro dias após os primeiros tremores, para visitar algumas das áreas atingidas e hospitais que cuidam de vítimas em Aleppo, no norte do país.
A situação se agrava, no entanto, no noroeste do território, dominado por rebeldes e uma das áreas mais atingidas pelo sismo. Antes mesmo do evento, estimava-se que cerca de 4,1 milhões de pessoas no local já dependiam de doações do exterior.
A ONU só conseguiu enviar os primeiros seis caminhões de ajuda humanitária à região na quinta-feira, mais de 72 horas após os primeiros tremores. Nesta sexta, a agência de imigração, a OIM, afirmou que outros 14 veículos cruzaram a fronteira com a Turquia.
“Estes comboios levam aquecedores elétricos, tendas, cobertores e outros itens para ajudar aqueles que ficaram desabrigados em razão deste terremoto catastrófico”, afirmou o porta-voz da organização, Paul Dillon.
VOLUNTÁRIOS DOS CAPACETES
Brancos dizem, porém, que o socorro da ONU é insuficiente e que equipamentos pesados para operações de busca e resgate ainda são necessários nos locais em que ainda há pessoas soterradas. Eles alegam que socorristas tem recorrido a ferramentas simples e guindastes antigos, inadequados para o tamanho do desastre.