(FOLHAPRESS) – De janeiro a março de 2023, as internações por asma aumentaram em 50,7% no estado de São Paulo. Nos atendimentos ambulatoriais, a alta foi de 20,3%. Os números referem-se à rede SUS (Sistema Único de Saúde) paulista.
No período, foram registradas 4.416 hospitalizações e 15.910 atendimentos ambulatoriais no estado; no primeiro trimestre de 2022, houve 2.929 internações e 13.216 atendimentos.
Os números são superiores aos registrados nos primeiros três meses dos últimos cinco anos, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
“O inverno é um período de risco para quem tem asma, tanto pelas mudanças do tempo quanto pelo aumento das infecções virais. Nesta época do ano, é normal aumentar a procura pelo pronto-socorro por crises asmáticas, inclusive com internações” disse Samia Rached, pneumologista do ambulatório de asma grave do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
“É importante usar os medicamentos da forma como os médicos orientam, além de se proteger: evitar contato com pessoas com gripes e resfriados, tomar as vacinas que previnem doenças respiratórias e evitar contato com o que pode desencadear uma crise”, completa a médica.
Nos primeiros três meses de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, já havia sido registrado um aumento de 90,8% nas internações (1.452 em 2021) e 101,7% nos atendimentos ambulatoriais (6.926 em 2021) por asma.
Os números contabilizados de janeiro a dezembro de 2022 também superaram os de 2021, mas em menor proporção. Foram 15.533 internações, comparadas a 11.551 em 2021, um aumento de 34,4%; e 60.804 atendimentos ambulatoriais, contra 40.974 em 2021 -o equivalente a 48,3% de aumento.
A asma é um processo inflamatório das vias respiratórias que causa o estreitamento dos brônquios -canais por onde passa o ar nos pulmões. A doença provoca tosse seca, chiado no peito, sensação de pressão nos pulmões, falta de ar e dificuldade para respirar. A pessoa afetada pela condição possui mais dificuldade para expelir o ar dos pulmões do que para inspirar, o que dá a sensação de sufocamento.
O agravamento da doença está ligado a crises alérgicas, contato com fumaça, gases químicos, produtos de limpeza com cheiro forte, perfumes, infecções virais, poluição, exposição ao tempo frio, pólen e a micro-organismos, como ácaros e fungos, que se proliferam em ambientes com muita poeira, quentes e úmidos. A causa é desconhecida e, segundo especialistas, envolve fatores genéticos e ambientais.
Os sintomas, a gravidade da doença e os gatilhos que levam ao agravamento variam muito de pessoa para pessoa. O tratamento é individualizado e, em geral, por meio de medicamentos que atuam para desinflamar os brônquios ou atenuar os sintomas.
A asma não tem cura, mas permite uma vida normal, sem impedimentos à prática de atividades físicas, ao desempenho regular no trabalho ou nos estudos.
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