Investigações reforçam queimadas criminosas desarticuladas em SP

CLAYTON CASTELANI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O fogo devastador de plantações e florestas no interior paulista foi intencionalmente ateado por criminosos em grande parte da ocorrências, dizem promotores de Justiça diretamente envolvidos na investigação dos impactos ambientais das queimadas.

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Pouco mais de um mês após o pico da catástrofe, as apurações apontam para casos como de autores individuais, alguns com suspeita de transtornos mentais ou motivados por vingança.

Até o momento, os investigadores dizem ser remota a hipótese de uma grande articulação como a ocorrida no “dia do fogo”, como ficou conhecida a ação de grileiros para queimar florestas em agosto de 2019 nos municípios de Altamira e Novo Progresso, no Pará.

Ainda mais distante é a possibilidade de uma ação coordenada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção criminosa que comanda o tráfico de drogas em São Paulo, dizem promotores. Durante a crise das queimadas, montagens com vídeos atribuindo os incêndios ao grupo circularam na internet.

Responsável pelas principais investigações contra a facção no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), o promotor Lincoln Gakiya descarta a atuação do PCC.
“Não existe qualquer fundamento nessa história de ligação do PCC com as queimadas, tampouco de envolvimento da facção com aquisição de usinas de álcool, embora essa notícia tenha circulado na mídia, não há nenhuma investigação no MP-SP sobre esse tema e nem mesmo na Polícia Federal”, comenta.

Em São Carlos, cidade que ocupa a segunda posição entre as mais atingidas pelo fogo na contagem da Defesa Civil, com 93 focos entre 23 de agosto e 23 de setembro, o promotor Flávio Okamoto também desconsidera a participação do PCC.

Ele diz não eliminar, porém, a possibilidade de que incendiários tenham trocado mensagens sobre suas intenções e que isso denote algum tipo de articulação, embora duvide de uma grande ação orquestrada.

“Minha convicção é que pode até ter ocorrido algum tipo de articulação [de um grupo pequeno de pessoas], mas não a ponto de ser uma grande organização criminosa”, diz. “Motivos diferentes têm aparecido, transtorno mental, discussão trabalhista, vingança. Não duvido de motivação política em meio à loucura em que a gente vive”, afirma Okamoto.

O promotor de São Carlos destaca que um único incendiário pode ser responsável pela destruição de áreas enormes em períodos de seca, fazendo referência a um caso que denunciou.

Em 10 de setembro, um homem foi preso em flagrante por colocar fogo em uma mata de uma fazenda de cana na cidade. A ação fez com que chamas se alastrassem rapidamente, atingindo outras fazendas e cerca de 1.000 hectares de florestas.

Segundo a Polícia Civil, as queimadas generalizadas no estado ainda estão em apuração e 16 dos 35 autores identificados permanecem presos.

“Eles têm perfis muito variados, desde a pessoa que perdeu o filho e está muito amargurada com isso até um senhor de idade avançada que desceu do carro e ateou fogo”, diz a promotora Claudia Habib, integrante do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) na região de Ribeirão Preto.

Condições climáticas extremas favoreceram a ação dos criminosos, segundo a promotora. Ela descreve a situação usando a expressão “triplo 30”, que tem sido repetida por analistas meteorológicos para reportar uma perigosa combinação de vento acima de 30 km/h, umidade abaixo de 30% e temperatura superando os 30ºC.

“Houve adversidade meteorológica, ventos de 45 km/h a 70 km/h, situação que não é comum, e o estado inteiro, simultaneamente, começou a pegar fogo”, diz Habib. “Agora, por mais estranho que pareça, até o momento não tem essa ligação [entre os criminosos].”

Diferentes medições apontam para uma área incinerada que varia de três a cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Considerando somente os dados de plantações destruídas, dos 658,6 mil hectares queimados -cerca de quatro vezes o território da capital paulista- em agosto no estado, 328,2 mil hectares pegaram fogo no dia 23 do mesmo mês.

Metade da área queimada, portanto, foi atingida em um único dia, segundo levantamento feito por satélite pela empresa GMG Ambiental sob encomenda da Canaoeste, associação que representa 2.000 produtores de cana-de-açúcar.
Produtores paulistas de cana têm realizado pesquisas para identificar os causadores dos incêndios que resultaram em prejuízo ainda difícil de estimar. O setor não utiliza fogo na colheita da cana há mais de uma década no estado.

Além das ações intencionais, a promotora do Gaema destaca os incêndios acidentais praticados por moradores que tentavam incinerar lixo ou limpar terrenos, além do manejo inadequado feito por pequenos produtores rurais.

É o caso do incêndio na estação ecológica Jataí, maior reserva de cerrado do estado de São Paulo, em Luiz Antônio, possivelmente provocado acidentalmente por apicultores. “Eles não tinham interesse em destruir o Jataí, mas acabaram provocando o dano”, diz Habib.

“O que eu coloco é que 99,99% desses incêndios têm causas humanas, acidental ou por pessoas que ateiam fogo de forma proposital”, diz a promotora.

 

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