A Justiça pediu mais esclarecimentos e devolveu ao MinistĂ©rio PĂșblico a denĂșncia contra sete funcionĂĄrios do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro na CĂąmara do Rio pela prĂĄtica de rachadinha. Na decisĂŁo, foram pedidos tambĂ©m mais esclarecimentos sobre o arquivamento das investigaçÔes contra o vereador.
A decisĂŁo da 1ÂȘ Vara Criminal Especializada disse que houve inconsistĂȘncias na linha de investigação e que o MP precisa esclarecĂȘ-las.
Sobre a denĂșncia, a decisĂŁo determina que o MinistĂ©rio PĂșblico explique algumas inconsistĂȘncias presentes na investigação, incluindo a falta de fundamentos para o arquivamento do processo e a imprecisĂŁo na tipificação do crime de organização criminosa, antes de dar andamento Ă ação penal.
O MP tambĂ©m solicitou o arquivamento do caso contra o vereador Carlos Bolsonaro por entender que a conduta dele nĂŁo configurou crime. Entretanto, a denĂșncia apontou indĂcios de improbidade administrativa, o que pelo magistrado foi caracterizado como contradição.
A denĂșncia
Entre as sete pessoas denunciadas pelo MinistĂ©rio PĂșblico do Rio de Janeiro estĂŁo o chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, o Jorge SapĂŁo. O MPRJ alegou que arquivou a investigação contra Carlos, por nĂŁo ter encontrado indĂcios com relação a ele.
Durante a investigação, ele teve quebrados os sigilos bancĂĄrio, fiscal e telemĂĄtico. No entanto, a investigação contra ele foi arquivada, segundo o MP, “visto que nĂŁo se demonstrou qualquer circulação de valores para suas contas ou pagamentos”, de acordo com o documento ao qual a GloboNews teve acesso.
O termo “rachadinha” Ă© usado para definir um esquema de repasse de parte do salĂĄrio recebido por funcionĂĄrios, servidores ou prestadores de serviço a um polĂtico ou a assessores dele. O crime Ă© conhecido juridicamente como peculato.
Foram denunciados:
- Jorge Luiz Fernandes
- Juciara da Conceição Raimundo da Cunha
- Alexander Florindo Baptista JĂșnior
- Thiago Medeiros da Silva
- José Francisco dos Santos
- Andrea Cristina da Cruz Martins
- Regina CĂ©lia Sobral Fernandes (esposa de Jorge Luiz)
Para o MinistĂ©rio PĂșblico, o chefe do esquema era Jorge Luiz Fernandes, que criou uma verdadeira “organização criminosa”.
“Era amigo da familia Bolsonaro, tendo sido nomeado para o cargo de assessor em 2001 no gabinete de Carlos. A partir de 2018, passou a ser o chefe de gabinete”, afirma o MP.