ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a origem da droga K9 no sistema carcerário fluminense. Conhecida também como maconha sintética (embora não tenha cannabis em sua composição), a droga foi encontrado pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) em três unidades prisionais do estado.
As amostras foram apreendidas no presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, na zona norte da capital, e nas cadeias públicas Hélio Gomes, em Magé, e Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, ambas na região metropolitana do Rio.
A pasta não informou a quantidade de droga encontrada. “A secretaria apreendeu, no último ano, volume relevante de itens contendo, aparentemente, a referida droga e encaminhou o material para a delegacia para as devidas providências, o que inclui a análise das substâncias apreendidas”, disse a Seap, em nota.
O material foi analisado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que constatou a presença da K9 em diversos formatos.
A droga sintética costuma ser produzida em formato líquido e inodoro. Para os usuários ela é apresentada de outras formas, por exemplo em misturas de flores, folhas e ervas (orégano, por exemplo) trituradas, onde é borrifado o líquido produzido em laboratório. Outra forma de apresentação é em papel e papelão, que recebem a droga borrifada.
De acordo com a Seap, a entrada de papel sulfite foi proibida nas penitenciárias porque foi verificado que o material era chegava borrifado com o canabinoide aos detentos. A proibição também ocorre no sistema carcerário de São Paulo e nos cinco presídios de segurança máxima do país.
O aparecimento da droga nas unidades fluminenses é investigado pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes). A polícia trabalha com a hipótese de que a K9 tenha chegado ao Rio de Janeiro por meio da facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital). Isso porque as unidades do Rio onde ocorreram as apreensões concentram detentos que seriam jurados de morte por criminosos de facções que atuam em São Paulo.
Uma investigação da Polícia Civil paulista apontou que o PCC está ligado às vendas na região central de São Paulo. No entanto, por causa dos efeitos destrutivos da droga, que pode fazer o usuário perder a consciência, o comércio de K9 foi proibido pela facção na região da cracolândia desde fevereiro deste ano.
Também conhecida pelos nomes de K2, K4 e spice, a droga tem se disseminado em São Paulo. Casos de intoxicação também têm aumentado. Na capital paulista, desde o início do ano foram registrados 216 casos, ante 98 durante todo o ano de 2022, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.