O grupo islâmico Hamas anunciou hoje a morte de seu líder, Ismail Haniyeh, em um ataque atribuído a Israel em Teerã, onde ele estava em visita oficial.
“O irmão líder, mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em resultado de um ataque traiçoeiro sionista na residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo Presidente iraniano”, confirmou o Hamas em comunicado.
O anúncio da morte de Haniyeh foi feito pelos Guardas da Revolução iranianos na televisão estatal do país.
Em comunicado divulgado no site Sepah, os Guardas da Revolução, divisão ideológica das Forças Armadas do Irã, afirmaram que o chefe do Hamas e um guarda-costas morreram em um ataque à residência de Haniyeh na capital iraniana.
“A residência de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político da resistência islâmica do Hamas, foi atacada em Teerã e, devido a este incidente, ele e um guarda-costas morreram”, de acordo com um comunicado no site Sepah.
Morte “não ficará impune”
O grupo islâmico palestino afirmou que essa morte “não ficará impune”.
A Autoridade Palestina (AP) e países como Irã, Turquia e Rússia também condenaram a morte do líder.
O líder da AP, Mahmud Abbas, que governa partes da Cisjordânia ocupada, “condenou veementemente o assassinato do líder do Hamas e considerou-o um ato covarde e um acontecimento perigoso”, informou a agência de notícias oficial palestina Wafa. Além disso, “apelou às massas e às forças do povo palestino para a unidade, a paciência e a firmeza diante da ocupação israelense”.
Já o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, descreveu “o assassinato” de Haniyeh como “um ato covarde”.
“Obriga-nos a permanecer mais firmes diante da ocupação”, destacou nas redes sociais.
Até o momento, as autoridades israelenses não reivindicaram a autoria do atentado nem confirmaram a morte de Haniyeh.
Em uma reação, o Irã afirmou que a morte de Haniyeh servirá para reforçar os laços entre o país e o povo palestino.
“O martírio do irmão Ismail Haniyeh em Teerã reforçará os laços profundos e inquebráveis entre a República Islâmica do Irã e a amada Palestina e a Resistência”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kan’ani, citado pela agência de notícias oficial Mehr.
Kan’ani expressou ainda “condolências pelo martírio de Ismail Haniyeh”.
Outros países já reagiram à morte do chefe do Hamas, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, denunciando um “inaceitável assassinato político”.
A Turquia condenou o “desprezível assassinato” de Haniyeh, um aliado próximo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
“Mais uma vez, ficou demonstrado que o governo de Netanyahu não tem qualquer intenção de alcançar a paz”, escreveu o gabinete do chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan.
Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza ocupada pelo Egito em 1962. Estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas. Formou-se em literatura árabe em 1987.
Foi escolhido para dirigir um gabinete do Hamas em 1997 e em 2006 liderava a lista do movimento que ganhou as eleições legislativas palestinas, tornando-se primeiro-ministro de um governo de unidade com o Fatah de Mahmud Abbas.
As divergências entre as duas formações terminaram com a expulsão do Fatah de Gaza e a tomada do poder no enclave pelas forças fundamentalistas, governado pelo Hamas desde 2007.
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