SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um míssil russo destruiu um prédio de apartamentos na cidade de Kramatorsk nesta quinta-feira (2), momentos antes de autoridades da União Europeia chegarem à capital, Kiev, para conversas vistas como essenciais para a aproximação do país invadido com o bloco.
O ataque, no leste da Ucrânia, ocorre em meio a um aumento das ofensivas na região. Um cenário que promete ficar pior à medida que o marco de um ano desde o início da guerra, de acordo com o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov. Segundo ele, a Rússia pretende usar as cerca de 300 mil tropas que convocou no ano passado para uma enorme ofensiva em 24 de fevereiro no leste e no sul do país.
“Estamos aqui juntos para mostrar que a União Europeia apoia a Ucrânia tão firmemente quanto sempre”, afirmou Ursula van der Leyen, líder da Comissão Europeia -braço executivo da UE-, nas redes sociais ao chegar à capital de trem acompanhada de uma dúzia de oficiais sêniores do grupo.
O bloco deu sinal verde para a candidatura de Kiev à União Europeia em meados do ano passado, em um gesto primariamente simbólico em meio à guerra contra a Rússia.
Sua tentativa de aproximação com o país invadido não significa, porém, uma maior celeridade no processo de adesão, como o presidente Volodimir Zelenski parece desejar. O caminho da entrada efetiva pode levar anos, uma vez que o processo exige reformas profundas no país.
Uma das reformas exigidas pela UE à Ucrânia é a adoção de uma série de medidas anti-corrupção -a nação tem o segundo maior grau da categoria do continente, superada apenas pela Rússia. Um documento do bloco vazado recentemente elogiou o progresso ucraniano nesse sentido e afirmou que seu futuro aponta para a UE, mas insinuou que ainda havia um longo caminho pela frente.
O governo ucraniano vem realizando uma série de operações nesse sentido nos últimos dias, emitindo por exemplo mandados de busca e apreensão contra um ex-ministro e uma autoridade fiscal e prendendo um oligarca. As operações aconteceram após a renúncia de uma série de oficiais sêniores do Exército.
Kiev pediu a entrada na UE quatro dias após as tropas russas cruzarem suas fronteiras, em fevereiro. Na sequência, Moldova e Geórgia, que também integraram a União Soviética e que, assim como a Ucrânia, lutam contra separatistas em regiões ocupadas por militares de Moscou, repetiram o movimento.