SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca no Reino Unido nesta sexta-feira (5) para acompanhar a cerimônia de coroação do rei Charles 3º, no sábado (6).
Não há expectativas de acordos bilaterais, mas, segundo o Itamaraty, a viagem faz parte do “relançamento das relações diplomáticas” do Brasil desde a posse presidencial em janeiro. No terceiro mandato, Lula já viajou para Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China, Emirados Árabes, Portugal e Espanha.
Ainda na sexta, Lula encontrará o premiê britânico, Rishi Sunak. Segundo o governo brasileiro, os dois devem discutir o comércio entre os países, a cooperação tecnológica e assuntos relacionados ao ambiente.
Tema mais espinhoso, a Guerra da Ucrânia também deve entrar na pauta -Londres é aliada de primeira hora de Kiev e, recentemente, o presidente brasileiro recebeu críticas de líderes ocidentais por declarações igualando a responsabilidade de invasor e invadido no conflito que se arrasta há 14 meses.
À noite, Lula foi convidado para participar de uma recepção oferecida pela família real britânica no Palácio de Buckingham, residência oficial do monarca, no centro de Londres.
A coroação do rei Charles 3º e da rainha consorte, Camilla, ocorrerá na manhã de sábado, a partir das 7h (horário de Brasília), na Abadia de Westminster. Depois da cerimônia, Lula deve participar de uma confraternização com outros chefes de Estado.
Charles 3º, 74, tornou-se rei em setembro do ano passado, após a morte de sua mãe, Elizabeth 2ª, aos 96 anos. O então presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao funeral da rainha e recebeu críticas por transformar a viagem em um ato de campanha. Na ocasião, ele se hospedou na casa do embaixador do Brasil em Londres. Depois de visitar o caixão de Elizabeth 2ª, ele foi à varanda e falou a um grupo de brasileiros vestidos de verde e amarelo que o recepcionaram com gritos de seus slogans de campanha.
Lula deve voltar de Londres no domingo. Já no próximo dia 30, Lula deverá se reunir com líderes de todos os países da América do Sul em Brasília. O objetivo do encontro é “reativar a agenda de cooperação sul-americana em áreas-chave”, segundo o Itamaraty.
“Como indicou o presidente da República aos seus pares regionais, é imperioso que voltemos a enxergar a América do Sul como região de paz e cooperação, capaz de gerar iniciativas concretas para fazer frente ao desafio do desenvolvimento sustentável com justiça social”, informou a pasta em nota.
O comunicado não faz menção ao ditador venezuelano, Nicolás Maduro, líder mais controverso da região. Caracas e Brasília retomaram relações após a posse de Lula, incluindo com a reabertura de embaixadas.