Em uma ação coordenada entre a Superintendência da Polícia Civil (SEPOL), Secretaria de Segurança Pública e Inteligência Operacional (SSPIO), Diretoria Geral de Polícia de Investigações (DGPI), 6º Departamento de Polícia de Área (6º-DPA) e a 134ª Delegacia de Polícia (134º-DP) de Campos dos Goytacazes, foi efetuada a prisão de dois indivíduos no Paraguai.
Gilson André Braga dos Santos e Ana Cláudia Carvalho Contildes foram detidos em Si Hernandarias, Paraguai, sob a acusação de liderar uma organização criminosa. A ação conjunta entre a 134ª DP e a SENAD do Paraguai, com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública – Departamento de Operações Policiais Estratégicas (MJSP-DIOSP), resultou na prisão dos suspeitos pelos crimes de organização criminosa, 42 delitos contra a Economia Popular e 42 casos de estelionato.
A operação desmascarou a fachada da empresa A.C. Consultoria e Gerenciamento EIRELI, baseada em Campos dos Goytacazes, revelando sua verdadeira natureza como uma pirâmide financeira. A organização, iniciada em 2016, iludia investidores com a promessa de rendimentos mensais entre 12% e 30% sobre o capital, supostamente investido no mercado de criptomoedas.
A empresa emitiu uma nota prometendo o ressarcimento dos investidores em um prazo de 90 dias, mas essa promessa não foi cumprida. Investigações revelaram ainda a criação de outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, pelos mesmos suspeitos, para continuar o esquema fraudulento.
Há relatos de que os detidos ainda estariam atuando no Paraguai, conforme depoimento de uma vítima entrevistada. A investigação resultou no bloqueio de cerca de R$ 1.964.815,96, incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, com o objetivo de ressarcir as vítimas.
Além disso, no Estado do Rio de Janeiro, são registradas 75 ocorrências criminais relacionadas ao esquema, totalizando um prejuízo de quase 5 milhões de reais. Esses números não incluem os casos não reportados pelas vítimas, ampliando ainda mais o impacto da fraude.
Estatísticas indicam que, nos últimos cinco anos, esquemas semelhantes com criptomoedas resultaram em perdas de cerca de R$ 40 bilhões para 4 milhões de brasileiros.
A justiça expediu cinco mandados de prisão preventiva, somando um total de cinco pessoas denunciadas pelos crimes acima mencionados. A investigação revelou que a AC abria contas para investidores e realizava investimentos em criptomoedas por meio de contas “copy”, prometendo retornos financeiros mensais entre 12% e 30%, uma tática utilizada para conferir credibilidade ao esquema fraudulento.